domingo, 28 de março de 2010

Os Senhores do Arco...


"Eu trouxe os lobos a esta planície, olkhun'ut e keirates. Trouxe merkites e jajirates, oirtates e naimames. Woyelas vieram aqui, tuvanes, uigures e uriankhai. - Enquanto citava cada grupo, havia uma agitação no local onde eles estava,. Notou como permaneciam juntos mesmo naquela noite. Não seria uma assimilação fácil para aqueles que tinham a honra tribal acima dor resto. Não importava, disse a sim mesmo. Gêngis ergueria os olhares daqueles homens mais para o alto. Sua memória era impecável enquanto citava cada tribo que havia se juntado para se juntar a ele à sombra da montanha preta. Não deixou nenhum de fora, sabendo que a omissão seria notada e lembrada.
"Mais: convoquei aqueles que não tinham tribo - continuou - mas ainda possuiam honra e atendiam ao chamado do sangue. Eles cavalgaram até nós com confiança. E digo a todos vocês: não existem tribos sob o pau céu. Existe apenas uma nação mongol, e ela começa esta noite, neste lugar.
{...}

Com dedos ágeis, Gêngis amarrou a ponta do último rabo de cavalo e cravou a base da vara na madeira a seus pés. A brisa bateu no estandarte colorido, de modo que os rabos chicotearam e se retorceram como se estivessem vivos.
- Eu amarrei as cores - gritou ele. - Quando todas estiverem desbotadas e brancas, não haverá diferença entre elas. Serão o estandarte de uma nação.
Aos seus pés, os oficiais levantaram as espadas e a horda reagiu, apanhada no clima do momento. Milhares de armas golpearam o céu e Gêngis assentiu, fascinado. Demorou um longo tempo para o barulho terminar, mas ele levantou a mão ao bater no ar.
- O juramento que vocês farão nos une, irmãos. No entanto, não é mais forte que o sangue que já nos une. Ajoelhem-se diante de mim."

{Trecho Extraído do Livro: Os Senhores do Arco - Conn Iggulden}

Sinopse: O grande Khan nasceu nas planícies da Ásia Central para unir as tribos mongóis divididas pela guerra. O maior dos guerreiros deseja criar uma nova nação nas planícies e montanhas da Mongólia. E contará com seus irmãos Kachiun e Khasar e seus valentes e disciplinados guerreiros para conquistar as ricas cidades do império Jin. Para atingir seus objetivos, ele precisa destruir o antigo inimigo, que manteve seu povo dividido, atacar suas fortalezas e cidades muradas e encontrar uma maneira de combatê-lo, enquanto lida com seus generais indomáveis, irmãos ambiciosos e os filhos crescendo.

...
Opinião: Sou fã dessa saga, as batalhas são muito bem descritas. Estamos acostumadas a ler sobre Gengis Khan como um "selvagem" e nessa série vemos o homem por tras do guerreiro. Costumes, tradições e muito sangue...rs
Vale a pena!

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 8501082430
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Paginas: 416

Início: 25/03/2010
Término: 26/03/2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sobre Livros...


"Os livros não são montes de papel.
São mentes em estantes."

{O Segredo das Coisas Perdidas - Sheridan Hay}

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quinta-feira, 25 de março de 2010

O Lobo das Planicies...


“- Nós alimentamos o solo com nosso sangue, com nossa rixa interminável – disse, depois de um tempo. – Sempre fizemos isso, o que não significa que devamos fazer sempre. Eu mostrei que uma tribo pode vir dos quirai, dos lobos, dos woyela, dos naimanes. Somos um povo, Arslan. Quando tivermos forças suficiente, eu farei com que eles venham a mim, ou vou derrubá-los um a um. Somos mongóis, Arslan. Somos o povo de prata, e um cã pode liderar todos nós.

- Você está bêbado ou sonhando – respondeu Arslan, ignorando o desconforto do filho. – O que o faz pensar que eles vão aceitá-lo?

- Eu sou a terra. E a terra não vê diferença nas famílias de nosso povo. – Temujin olhou de um para o outro. – Não Peço sua lealdade, Vocês me deram isso com seu juramento, e ele os obriga até a morte. Pode ser que todos sejamos mortos na tentativa, mas vocês não são os homens que acho que são, se isso os impedir. – Ele deu um risinho consigo mesmo por um momento, apertando os olhos com os dedos, com o cansaço piorado pelo calor.

"Uma vez escalei para pegar um filhote de águia. Poderia ter ficado no chão, mas o prêmio valia o risco. Por acaso eram dois, de modo que tive mais sorte do que havia esperado." – Seu riso pareceu amargo, mas ele não explicou. Deu um tapa no ombro do pai e do filho.

"Agora parem de discutir e escalem comigo.” – Ele parou por um momento para ver como os dois recebiam suas palavras, depois retornou para a neve fria, para encontrar um local onde dormir.”

{Trecho Extraído do Livro: O Lobo das Planícies – Conn Iggulden}

Sinopse:
Temujin tinha apenas 11 anos quando seu pai foi morto. Filho do líder da tribo, o menino foi então abandonado, e começou a vagar pelas planícies.Em pouco tempo, Temujin dominava o arco-e-flecha, demonstrando grande habilidade com armas. Ao reunir outros excluídos como ele, logo Temujin conquistaria diversas tribos.A grande jornada apenas começava, um novo imperador estava nascendo: Gêngis Khan.O lobo das planícies é o primeiro volume da série O conquistador, que recria a saga do imperador mongol Gêngis Khan e de seus descendentes.

Ver mais aqui: O Lobo das Planícies
((Lido em 2009))


Opinião: O primeiro livro da série é muito bom. Mostra bem como foi a asecensão do menino que vira rei de seu povo. Altamente recomendado!

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 8501079626
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 420

terça-feira, 23 de março de 2010

A Mulher do Viajante do Tempo...


“Henry: estou na Campina, esperando. Espero um pouco longe da clareira, nu, porque as roupas que Clare mantém para mim em uma caixa não estão lá; a caixa também não está lá, e sou grato por esta ser uma bela tarde, talvez no início de setembro, em um ano não identificado.
{}

Clare está contente, absorta. Ela deve ter seis anos, e se estamos em setembro ela deve ter acabado de começar a primeira série. Ela obviamente não espera por mim, sou um estranho, e estou certo que a primeira coisa que se aprende na primeira série é não dar confiança para estranhos que aparecem nus no seu local secreto favorito e sabem seu nome e lhe dizem para não contar nada à mamãe e ao papai. Imagino se este é o dia em que nos encontramos pela primeira vez.
{}

“Henry!” Quase não consigo evitar enlaçá-lo em meus braços. É óbvio que ele nunca me viu antes em sua vida.

“Nós nos conhecemos? Desculpe, eu não…”
{}

Eu tento explicar. “Sou Clare Abshire, eu o conheci quando era uma garotinha…” Estou perdida porque estou apaixonada por um homem que está parado à minha frente, sem nenhuma lembrança a meu respeito. Tudo está no futuro para ele. Sinto vontade de rir da estranheza de tudo isto, estou inundada de conhecimentos sobre Henry, enquanto ele me olha perplexo e temeroso. "

{Trecho Extraído do Livro: A Mulher do Viajante no Tempo - Audrey Niffenegger}

Sinopse: Conta a história do casal Henry e Clare. Quando os dois se conhecem Henry tem 28 anos e Clare, vinte. Ele é um moderno bibliotecário; ela, uma linda estudante de arte. Os dois se apaixonam, se casam e passam a perseguir os objetivos comuns à maioria dos casais: filhos, bons amigos, um trabalho gratificante. Mas o seu casamento nunca poderá ser normal.
Henry sofre de um distúrbio genético raro e de tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele então é capaz de viajar no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro.
Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.
Em A Mulher do Viajante do Tempo, a autora mostra com muita sensibilidade, inteligência e bom humor que o verdadeiro amor é capaz de transpor todas as barreiras ? inclusive a mais implacável de todas: o tempo.



Opinião: Foi um dos ivros mais rápidos que ja li (levei apensas 2 dias), simplesmente nao conseguia parar de ler... A Mulher do Viajante no Tempo’’, consegue mexer de um jeito bem especial. A maneira com que a autora descreveas viagens no tempo de Henry são lindas! Um livro muito dece e apaixonante. Uma pena a tradução do título no filme ter sido diferente.
Prepare lencinhos, pois não será fácil segurar lágrimas.


Editora: Objetiva
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788560280407
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 456
Início: 22/03/2010
Término: 23/03/2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

A Mulher do Viajante do Tempo...


"- Henry, de que você tem medo?
A pergunta me surpreende, e tenho de pensar a respeito.
- Frio - digo. - Tenho medo do inverno. Tenho medo da polícia. Tenho medo de viajar para um lugar e tempo errados e ser atropelado por um carro ou ser espancado. Ou encalhar no tempo, e não conseguir voltar. Tenho medo de perder você.
Clare sorri.
- Como você poderia me perder? Não vou a lugar nenhum.
- Tenho medo de que você se canse de não poder contar comigo para nada e me largue.
Clare põe de lado o caderno de desenho. Eu me sento.
- Nunca vou largar você. - diz."

{página: 96}

Clare e Henry, personagens de Audrey Niffenegger
in A Mulher do Viajante no Tempo.

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sábado, 20 de março de 2010

A Mulher do Viajante no Tempo...


CLARE: É difícil ficar para trás. Espero Henry, sem saber dele, me perguntando se está bem. É difícil ser quem fica.

Mantenho-me ocupada. Assim o tempo passa mais depressa.

Durmo sozinha e acordo sozinha. Dou umas voltas. Trabalho até cansar. Olho o vento brincar com o lixo que passou o inverno inteiro debaixo da neve. As coisas parecem simples até pensarmos nelas. Por que a ausência intensifica o amor?

Há muito tempo os homens iam para o mar, enquanto as mulheres ficavam na praia, esperando e procurando o barquinho no horizonte Agora espero Henry. Ele some sem querer, sem avisar. Espero. Tenho a sensação de que cada minuto de espera é um ano, uma eternidade. Cada minuto é lento e transparente como vidro. A cada minuto que passa, vejo uma fila de infinitos minutos, à espera. Por que ele foi aonde não posso ir atrás?

{página: 9}

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quinta-feira, 18 de março de 2010

A Hospedeira...


Lembrada

Eu sabia que começaria pelo fim, e que o fim pareceria a morte a estes olhos. Eu tinha sido avisada.
Não estes olhos. Meus olhos. Esta sou eu agora.
O idioma que me vi usando era estranho, mas fazia sentido. Entrecortado, delimitado, despojado e linear. Impossivelmente mutilado em comparação com muitos que eu já usara, mas ainda assim conseguia encontrar fluidez e expressão. Às vezes, beleza. Meu idioma pátrio.

Com o mais verdadeiro instinto de minha espécie, liguei-me seguramente dentro do centro de pensamento do corpo, geminando-me inescapavelmente a cada uma de suas respirações e a cada reflexo até que aquilo não fosse mais uma entidade separada. Era eu.

Não o corpo, meu corpo.

Senti a sedação ceder e a lucidez tomar seu lugar. Tratei de me firmar para o violento assalto da primeira lembrança, que, na verdade, seria a última - os der-radeiros momentos que este corpo havia experimentado, a recordação do fim. Eu tinha sido amplamente avisada do que aconteceria agora. Essas emoções humanas seriam mais fortes, mais vitais que os sentimentos de qualquer outra espécie que eu tinha sido. Eu tinha tentado me preparar.

A lembrança veio. E, conforme eu havia sido avisada, não era algo para o que fosse possível estar preparada, jamais.

A lembrança ardia com cores nítidas e sons retumbantes. O frio na pele dela, a dor tomando seus membros, queimando-os. O gosto em sua boca era violentamente metálico. E houve a sensação nova, o quinto sentido que eu nunca tinha experimentado, que tomava partículas no ar e as transformava em estranhas mensagens, prazeres, avisos para o cérebro - os odores. Eles me distraíam, eram desconcertantes para mim, mas não para a memória dela. A memória não tinha tempo para as novidades do olfato. A memória era apenas medo.

O medo travou-a numa disfunção, espicaçando os membros embotados e de-sajeitados a prosseguir, mas, ao mesmo tempo, estorvando-os. Fugir, correr - era tudo o que ela podia fazer.

Eu falhei.

A memória que não era minha era tão assustadoramente forte e clara, que dilacerou meu controle - sobrepujou o distanciamento, o conhecimento de que aquilo era apenas uma memória, não eu. Tragada no inferno que foi o último mi-nuto da vida dela, eu era ela e estava correndo.

Está tão escuro. Não estou enxergando nada. Não dá para ver o chão. Não dá para en-xergar minhas mãos estendidas diante de mim. Corro às cegas e tento ouvir a perseguição que posso sentir atrás de mim, mas meu pulso é tão alto em meus ouvidos, que abafa qual-quer outro som. Está frio. Não devia importar agora, mas machuca. Estou com muito frio.

O ar no nariz dela era desconfortável. Ruim. Um cheiro ruim. Por um segun-do, esse desconforto me livrou da recordação. Mas foi somente um segundo, e então fui arrastada outra vez, e meus olhos se encheram de lágrimas horrorizadas.

Estou perdida; nós estamos perdidos. Acabou.
Eles estão bem atrás de mim agora, alto e perto. São tantas pisadas! Estou sozinha. Falhei.
Os Buscadores estão chamando. O som de suas vozes embrulha meu estômago. Vou vomitar.
"Está tudo bem, tudo bem", mente alguém, tentando me acalmar, tentando me fazer ir mais devagar. A voz dela está transtornada pelo esforço da respiração.

"Cuidado!", grita outra pessoa em advertência.
"Não se machuque", pede uma delas. Uma voz profunda, cheia de preocupação.
Preocupação!
O calor disparou em minhas veias, e um ódio violento quase me sufocou.

Eu nunca tinha sentido uma emoção como aquela em todas as minhas vidas. Por outro segundo mais, a repulsa me afastou da lembrança. Um guincho alto e penetrante trespassou meus ouvidos e pulsou em minha cabeça. O som se fragmen-tou ao longo de minhas vias aéreas. Havia uma dor fraca em minha garganta.
{...}

Este rosto era um duro retângulo, o formato dos ossos forte sob a pele. Em ter-mos de cor, era de um leve castanho-dourado. Os cabelos eram apenas poucos tons mais escuros que a pele, menos onde reflexos louros os iluminavam, e cobriam somente a cabeça e as riscas acima dos olhos. As íris nos globos oculares brancos eram mais escuras que os cabelos, mas, como eles, tinham pontos de luz. Havia pequenos vincos em volta dos olhos, e as memórias dela me disseram que eram de sorrir e de estreitar os olhos sob o sol.

Eu nada sabia sobre o que era considerado beleza entre essas criaturas estra-nhas, mas, ainda assim, sabia que aquele rosto era bonito. Eu queria ficar olhando para ele. Assim que compreendi isso, ele desapareceu.

Meu, disse o pensamento alienígena que não deveria existir.

Outra vez, fiquei paralisada, atordoada. Não deveria haver ninguém aqui, ex-ceto eu. E, contudo, o pensamento foi muito forte e muito consciente!
Impossível. Como ela podia ainda estar aqui? Era eu agora.

Meu, repreendi-a, o poder e a autoridade que só a mim pertenciam fluindo pela palavra. Tudo é meu.
Então por que estou respondendo? Perguntava-me, quando as vozes interrompe-ram meus pensamentos.




{Trecho Extraído do Livro: A Hospedeira - Stephenie Meyer}




Sinopse:
Melanie Stryder se recusa a desaparecer. Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente.

Opinião: Nossa que livro ótimo! Eu que nem sou fã de ficção científica me senti totalmente presa ao livro. A história e excelente e a autora sabe como ninguem contar uma bela história de amor... e nada melosa...  Fiquei encantada por ele... Vale muito a pena!

“Ela jamais poderá voltar a viver entre as almas e jamais será humana”.


Editora: Intrinseca
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788598078595
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 557
Início: 12/03/2010
Término: 18/03/2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Bolsas para Notebook....


Adorei...!

: )

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A Hospedeira...


"Em tantos milênios, os humanos nunca entenderam o amor. Quanto é físico, quanto está na mente? Quanto é acidente, quanto é destino?
Porque casamentos perfeitos se desintegram e casais impossíveis prosperam? Não sei as respostas nem um pouco mais que eles. O amor simplesmente está onde está."

{página: 42}

A Confortadora, personagem de Stephenie Meyer
in "A Hospedeira"

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quinta-feira, 11 de março de 2010

Comer, Rezar,Amar...


- 1 -

Eu queria que Giovanni me beijasse.

Ah, mas são tantos os motivos que fariam disso uma péssima idéia... Para começar, Giovanni é dez anos mais novo do que eu, e – como a maior parte dos rapazes italianos de vinte e poucos anos – ainda mora com a mãe. Só esses dois fatos já fazem dele um parceiro romântico improvável para mim, já que sou uma americana de trinta e poucos anos que trabalha, acaba de passar por um casamento falido e por um divórcio arrasador e interminável, imediatamente seguido por um caso de amor apaixonado que terminou com uma dolorosa ruptura. Todas essas perdas, uma atrás da outra, deixaram em mim uma sensação de tristeza e fragilidade, e a impressão de ter mais ou menos 7 mil anos de idade. Por uma simples questão de princípios, eu não imporia essa minha pessoa desanimada, derrotada e velha ao adorável, inocente Giovanni. Sem falar que eu finalmente havia chegado à idade em que uma mulher começa a questionar se a maneira mais sensata de superar a perda de um lindo rapaz de olhos castanhos é mesmo levar outro para sua cama imediatamente. É por isso que já faz muitos meses que estou sozinha. É por isso, na verdade, que decidi passar este ano inteiro sozinha.

Diante do que o observador mais arguto poderá perguntar: "Então por que você veio para a Itália?"
E tudo que posso responder – sobretudo quando olho para o belo Giovanni do outro lado da mesa – é: "Boa pergunta."
{...}

Agora é meia-noite e o tempo está enevoado, e Giovanni me acompanha até meu apartamento por aquelas ruelas de Roma que serpenteiam de forma natural em volta dos antigos prédios como pequenos riachos coleando ao redor das sombras formadas pelos densos bosques de ciprestes. Agora estamos diante da minha porta. Estamos de frente um para o outro. Ele me dá um abraço caloroso. A coisa já evoluiu; durante as primeiras semanas, ele só fazia apertar minha mão. Acho que, se eu ficasse na Itália por mais três anos, poderia até ser que ele tomasse coragem para me beijar. Por outro lado, ele poderia simplesmente me beijar agora mesmo, esta noite, aqui mesmo junto à minha porta… ainda há uma chance… quero dizer, nossos corpos estão colados sob o luar… e é claro que isso seria um erro terrível… mas mesmo assim o fato de ele poder realmente fazer isso agora é uma possibilidade tão maravilhosa… ele poder simplesmente se curvar… e… e…
Que nada.
Ele solta o abraço.
– Boa-noite, cara Liz – diz ele.
– Buona notte, caro mio – respondo. Subo as escadas até meu apartamento no quarto andar, sozinha. Entro no meu pequenino quitinete, sozinha. Fecho a porta atrás de mim. Mais uma noite solitária em Roma. Mais uma longa noite de sono pela frente, sem ninguém nem nada na minha cama a não ser uma pilha de guias de conversação e dicionários de italiano.

Estou sozinha, inteiramente sozinha, completamente sozinha.
Ao absorver essa realidade, largo minha bolsa, caio de joelhos e encosto a testa no chão. Ali, ofereço ao universo uma fervorosa oração de agradecimento.
Primeiro, em inglês.
Em seguida, em italiano.
E então – só para ter certeza – em sânscrito.

{Trecho Extraído do Livro: Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert}


Sinopse: Em torno dos 30 anos, Elizabeth Gilbert enfrentou uma crise da meia-idade precoce. Tinha tudo o que uma americana instruída e ambiciosa teoricamente poderia querer: um marido, uma casa, um projeto a dois de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas em vez de sentir-se feliz e realizada, foi tomada pelo pânico, pela tristeza e pela confusão. Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado, até que se viu tomada por um sentimento de liberdade que ainda não conhecia.

Foi quando tomou uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego e partiu para uma viagem de 1 ano pelo mundo, sozinha. Comer, Rezar, Amar é a envolvente crônica desse ano. O objetivo de Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles.

Em Roma, estudou gastronomia, aprendeu a falar italiano, e engordou os onze quilos mais felizes de sua vida. À Índia foi dedicada à exploração espiritual e, com a ajuda de uma guru indiana e de um caubói texano surpreendentemente sábio, embarcou em quatro meses de viagem. Em Bali, exercitou o equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência divina. Tornou-se discípula de um velho xamã, e também apaixonou-se da melhor maneira possível, inesperadamente.

Escrito com ironia, humor e inteligência, Comer, Rezar, Amar é um relato de auto-descoberta que fala sobre a importância de assumir a responsabilidade pelo próprio contentamento e parar de viver conforme os ideais da sociedade. É um livro para qualquer um que já tenha se sentido perdido, ou pensado que deveria existir um caminho diferente, e melhor.
...

"No final das contas, porém, talvez todos devamos parar de tentar retribuir às pessoas deste mundo que apóiam nossas vidas. No final das contas, talvez seja mais sábio se render à milagrosa abrangência humana e simplesmente continuar dizendo obrigada, para sempre e com sinceridade, enquanto tivermos voz."

{página: 342}



Opinião: Iniciei  leitura mais impulsionada pelo sucesso do livro do que por vontade própria... Achei que fosse mais um desses livros de auto ajudado qual não consigo passar nem da primeira página... Ainda bem que resolvi ler... É uma leitura ótima, agradável, reflexiva e em alguns momentos bem engraçada... Gostei particularmente da meditação sugerida pelo curandeiro balinês que diza que: "Sorrir com o rosto, sorrir com a mente, e a boa energia vem ter conosco para limpar a má energia. Sorrir até com o fígado... Pode convocar a boa energia com um sorriso."

Editora: Objetiva
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788573028300
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 344
Início: 08/03/2010
Término: 11/03/2010

Comer, Rezar,Amar...


"... os seres humanos nascem com o mesmo potencial tanto para a contração quanto para a expansão. os ingredientes tanto da escuridão quanto da luz estão igualmente presentes em todos nós, e cabe ao individuo (ou família ou sociedade) decidir o que ira prevalecer - as virtudes ou a malevolência."

{página: 258}

"É muito fácil rezar quando se está passando por um momento difícil, mas continuar a rezar mesmo quando a sua crise já passou é como um processo de selamento, que ajuda a sua alma a se aferrar às coisas boas que conquistou."

{página: 268}

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segunda-feira, 8 de março de 2010

Comer, Rezar,Amar...


"Deus não mora em uma escritura dogmática, nem em um trono distante do céu, mas que Ele está muito perto de nos - muito mais perto do que podemos imaginar, respirando através dos nossos corações."

{página: 22}

Eizabeth Gilbert in Comer, Rezar, Amar.

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sexta-feira, 5 de março de 2010

O Senhor March...


Capítulo I

Virgínia é terreno duro
28 de outubro de 1861



Escrevo a ela nestes termos: Hoje à noite as nuvens realçavam o céu. O sol poente tingia de ouro e bronze todos os seus contornos, como se o firmamento fosse entremeado de preciosos filamentos.

Faço uma pausa para esfregar os olhos doloridos, que não param de lacrimejar. A linha que tracei talvez esteja um pouco menos do que consideraria 6na, mas não importa: ela é gentil em suas críticas. Minha mão levemente umedecida, onde percebo vestígios do líquido quase seco, treme de exaustão. Perdoe-me pela escrita sofrível. Com o exército em marcha, não encontramos espaço para reflexão ou tempo para correspondências. (Espero que minha querida jovem autora encontre tempo em meio às suas muitas boas obras para utilizar minha saleta, e que seus amigáveis ratos não se ressintam de uma curta ausência do costumeiro ninho.) Entretanto, sentado aqui, sob o abrigo de uma árvore frondosa, enquanto homens acendem fogueiras para cozinhar e contam piadas, encontro alguma paz. Escrevo na mesa dobrável que você e as meninas tiveram o carinho de me dar, e, embora tenha derramado e perdido meu estoque de tinta, não se incomode em me enviar mais. Um dos homens me mostrou uma receita engenhosa para um bom substituto desse produto, feito das últimas amoras-pretas da temporada. Graças a ele, posso lhe enviar, neste momento, palavras "amorosas"!

Você se lembra daquelas contracapas coloridas nas obras de Spenser que eu lia para vocês nas aconchegantes noites de outono, como esta? Então, minha querida, você poderá ver o céu como o vi hoje à noite, pois as cores serpenteavam o firmamento com a mesma alegre profusão.
E o sangue que se misturava à correnteza já carregada do rio, ondulado pelas botas, também formava um desenho parecido com o daquelas bonitas contracapas. Ou melhor, não é muito diferente da tinta carmim que a mão impaciente de nossa peque- na artista derramou sobre o assoalho. Porém essas palavras, claro, não escrevo. Prometi a ela que escreveria algo todos os dias, mas cumpro tal obrigação quando minha mente não está conturbada. É como se ela estivesse aqui comigo por um momento; sua mão calma, delicadamente me tocando o ombro. Dou graças, contudo, por ela não estar aqui, vendo o que eu vejo, sabendo o que vim a saber. E, mediante tal pensamento, justi6co minha censura: jamais prometi que escreveria a verdade.

Componho algumas palavras costumeiras de desejo conjugal, e prossigo com algumas concessões de ternura paterna: Penso sempre em cada uma de vocês, na sala, no escritório, em meus aposentos, no gramado; com livro ou com pena, de mãos dadas com minha querida irmã ou conversando a respeito de nosso pai, em algum lugar distante, tentando imaginar como vocês estão. Saibam que não consigo realmente deixá-las, pois, embora meu corpo esteja longe, minha mente as acompanha de perto e meu maior conforto está na afeição de vocês... Apelo, então, à premência de meus deveres, e termino com uma promessa de logo enviar mais notícias.

{Trecho Extraido do Livro: O Senhor March - Geradine Brooks}

Sinopse: Resgatando um dos personagens do clássico Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, Geraldine Brooks conta neste livro a história do senhor March, marido e pai ausente que vê seus ideais se perderem após vivenciar as sanguinolentas batalhas da Guerra Civil americana. À medida que o Norte sofre uma série de derrotas inesperadas durante o primeiro ano da guerra, o senhor March se vê obrigado a abandonar a família para defender a causa da União. Essa experiência acaba ocasionando uma mudança brusca em seu casamento e em sua vida, e desafia suas mais profundas crenças. Comovente, este romance muito bem entrelaçado adiciona uma reflexão adulta para o romance otimista de Alcott.

Para ler mais sobre o livro Clique Aqui!


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Opinião: Eu sou fã de Geraldine Brooks, esse livro nos mostra um pouco como foi a guerra civil americana e como pessoas normais, como o Sr, March um capelçao antes da guerra, as vezes tem seu lado mais negro exposto. Depois que a guerra acaba e ele volta pra casa tentando se ajustar e ajustar sua família depois de ter passado por tão dificies experiências... Achei bem comovente e muito bem escrito.

Título: Senhor March, O
Editora: Ediouro
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788500024177
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 304

Início: 02/03/2010
Término: 05/03/2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

O Segredo das Marés...


Prólogo

Ilhas são diferentes. Quanto menor for a ilha mais verdadeira ela é.
{...}

Existe uma antiga disputa entre os houssins e os salannais, iniciada muito tempo atrás por questões religiosas, depois por direitos de pesca, construção, comércio e, inevitavelmente, por posse de terra. Terra produtiva pertence, por lei, as que nela trabalham e os seus descendentes. É a única riqueza dos salannais. Mas La Houssinière controla a entrega de mercadorias que vem da costa (a família mais antiga de lá administra a única barca) e estabelece os preços. Se um houssin puder levar vantagem sobre um salannais, ee fará isso. Se um salannais conseguir passar a perna num houssin, toda a aldeia vibrará com esse triunfo.
{...}

1

Voltei depois de dez anos, num dia quente no final de agosto, vésperas das marés mais violentas do verão. Enquanto eu estava lá de pé, observando o Brismand 1 se aproximar do cais, a velha barca aportando em La Houssinière, dor como se nunca tivesse saído dali. Nada havia mudado, o cheiro forte no ar o píer sob os meus pés, os gritos das gaivotas no azul quente do céu. Dez anos, quase a metade da minha vida, apagados de uma só vez, como se escritos na areia. Ou quase.
Praticamente não levava nenhuma bagagem, o que intensificou a ilusão. Mas eu sempre viajei quase sem nada. Nós duas viajávamos assim, minha mãe e eu. Nunca carregávamos muito peso. e no fim eu que paguei o aluguel do nosso apartamento em Paris, trabalhando num café sujo que ficava aberto até a madrugada para complementar a venda dos quadros que minha mãe detestava tanto, enquanto ela lutava contra uma enfisema e fingia não saber que estava morrendo.
Mesmo assim eu gostaria de ter voltado rica, bem sucedida. Para mostrar para o meu pai que tínhamos vivido muito bem sem a ajuda dele.
{...}

Eu não planejava ficar. Por mais forte que fosse a ilusão de que o tempo havia passado, agora eu tinha outra vida. Eu havia mudado. Eu não era mais uma ilha.

{Trecho Extraído do Livro: O Segredo das Marés - Joanne Harris}

...

Sinopse: Ao voltar para casa depois de dez anos ausentes, Mado encontra seu pai lutando contra uma estranha doença e Les Salants, sua aldeia natal, mergulhada numa crise sem precedentes. Com a ajuda de um estrangeiro envolvente e misterioso, ela elaborará um audacioso plano para mudar o destino da ilha de sua infância. Mas ao colocar suas idéias em prática, Mado descobre que a situação é muito mais complicada do que a princípio parecia. Ela precisará de toda sua generosidade, combatividade e inteligência para conseguir alcançar a salvação almejada.

Opinião: Quando Mado resolve votar para a ilha onde nasceu encontra Le Salants afundada em uma crise jamais vista. Seu pai cada vez mais perdido dentro do seu próprio mundo, e a presença misteriosa de um forasteiro.
A eterna briga entre as ilhas (Le Salants e La Houssinière), faz com que o improvável aconteça: os moradores se unem para salvar a ilha. A medida em que a maré de sorte dos aldeões vira, segredos são revelados, levando a um final surpreendente. Vale a pena a leitura!

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 8532518141
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 355

Início: 22/02/2010
Término: 01/03/2010