sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal...!



O BONECO DE NEVE

Para Liesel Meminger, os primeiros estágios de 1942 poderiam ser resumidos assim:
Ela completou treze anos. Ainda tinha o peito chato. Não havia menstruado. O rapaz do porão estava agora em sua cama.

• PERGUNTA/RESPOSTA •
Como é que Max Vandenburg
foi parar na cama de Liesel?
Ele caiu.

As opiniões variaram, mas Rosa Hubermann afirmou que as sementes tinham sido plantadas no Natal do ano anterior.
O dia 24 de dezembro fora de fome e frio, mas houve uma grande vantagem — nada de visitas prolongadas. Hans Júnior estava simultaneamente atirando nos russos e dando continuidade a sua greve de interações familiares.
Trudy só poderia dar uma passada no fim de semana anterior ao Natal, por algumas horas. Ia viajar com a família para a qual trabalhava. Férias para uma classe muito diferente da Alemanha.
Na noite de Natal, Liesel levou de presente para Max um punhado duplo de neve.
— Feche os olhos — disse. — Estenda as mãos.
Assim que a neve foi transferida, Max estremeceu e riu, mas continuou sem abrir os olhos. Só fez dar uma provadinha rápida na neve, deixando-a derreter em seus lábios.
— Este é o boletim meteorológico de hoje?
Liesel parou a seu lado. Tocou-lhe delicadamente o braço. Ele tornou a levar a neve à boca.
— Obrigado, Liesel.
Foi o começo do melhor de todos os Natais. Pouca comida. Nenhum presente. Mas houve um boneco de neve no porão.
{A Menina que Roubava Livros - p. 283 e 284 - Markus Zusak}

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ser Fluminense...


Ser Fluminense é entender esporte como bom gosto. É ser leal sem ser boboca e ser limpo sem ser ingênuo. Ser Fluminense é aplicar o senso estético à vida e misturar as cores de modo certo, dosar a largura do grená, a profundidade do verde com as planuras do branco.

Ser Fluminense é saber pensar ao lado de sentir e emocionar-se com dignidade e discrição. É guardar modéstia, a disfarçar decisão, vontade e determinação. É calar o orgulho sem o perder. É reconhecer a qualidade alheia, aprimorando-se até suplantá-la.

Ser Fluminense não é ser melhor mas ser certo. Não é vencer a qualquer preço mas vencer-se primeiro para ser vitorioso depois. É não perder a capacidade de admirar e de (se) colocar metas sempre mais altas, aprimorando-se na busca! E jamais perder a esperança até o minuto final.

Ser Fluminense é gostar de talento, honradez, equilíbrio, limpeza, poesia, trabalho, paz, construção, justiça, criatividade, coragem serena e serenidade decidida.

Ser Fluminense é rejeitar abuso, humilhação, manha, soslaio, sorrateiros, desleais, temerosos, pretensão, soberba, tocaia, solércia, arrogância, suborno ou hipocrisia. É pelejar, tentar, ousar, crescer, descobrir-se, viver, saber, vislumbrar, ter curiosidade e construir.

Ser Fluminense é unir caráter com decisão, sentimento com ação, razão com justiça, vontade com sonho, percepção com fé, agudeza com profundidade, alegria com ser, fazer com construir, esperar com obter. É ter os olhos limpos, sem despeito, e claro como a esperança.

Ser Fluminense, enfim, é descobrir o melhor de cada um, para reparti-lo com os demais e saber a cada dia, amanhecer melhor, feliz pelo milagre da vida como prodígio de compreensão e trabalho, para construir o mundo de todos e de cada um, mundo no qual tremulará a bandeira tricolor.

{Arthur da Távola}