quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os Ladrões de Cisne...

LENDO:


"Fora da aldeia, há um círculo de proteção em torno do local da fogueira, escurecendo a neve que derrete. Junto ao círculo, está há meses uma cesta que o tempo começa a manchar de cinza. Há bancos nos quais os velhos se reúnem para aquecer as mãos — está muito frio até para isso, muito perto de anoitecer, muito sombrio. Aqui não é Paris. Há cheiro de fumaça e céu noturno no ar; um âmbar desanimado afunda para lá do bosque, quase um pôr do sol. Escurece tão depressa, que alguém já acendeu um lampião na janela da casa mais próxima à fogueira abandonada. É janeiro ou fevereiro, ou talvez um março rigoroso de 1895 — o ano será marcado em toscos números negros nas sombras em um canto."

Pequena Abelha...



DA PRIMAVERA DE 2007 até o final daquele longo verão em que Pequena Abelha veio morar conosco, meu filho só tirou a fantasia de Batman na hora do banho. Encomendei uma fantasia idêntica que eu trocava pela suja enquanto ele brincava na espuma de sabão, de modo que pelo menos eu pudesse tirar o cheiro de suor e as manchas de grama e terra da primeira. Era um serviço sujo, ele ajoelhado no mato, lutando contra grandes criminosos. Se não era o Senhor Frio com seu covarde raio de gelo, era o Pinguim — o inimigo mortal do Batman — ou o Puffin, mais sinistro ainda, cuja perversidade absoluta os criadores originais da franquia Batman inexplicavelmente deixaram de registrar. Meu filho e eu vivíamos com as consequências — uma casa cheia de acólitos, asseclas e comparsas, espreitando-nos de trás do sofá, dando gargalhadas sombrias no vão estreito ao lado da estante e em geral surgindo de supetão no meio de nós, sem mais nem menos. Era um susto depois do outro, na verdade. Aos quatro anos, dormindo ou acordado, meu filho vivia em constante prontidão. Não havia possibilidade de se tirar dele a diabólica máscara de morcego, a roupa de lycra, o cinto de utilidades amarelo e brilhante e a capa negra como piche. E não adiantava chamar meu filho por seu nome de batismo. Ele se limitava a olhar para trás, inclinar a cabeça para o lado e dar de ombros — como se dissesse: “Meus bat-sentidos não detectaram a presença de nenhum menino com esse nome aqui, madame.” O único nome pelo qual meu filho atendia naquele verão era “Batman”. Também não adiantava lhe explicar que seu pai tinha morrido. Meu filho não acreditava na possibilidade física da morte. A morte era algo que só poderia ocorrer se os planos diabólicos Chris Cleave da turma do mal não fossem constantemente frustrados — e isso, é claro, era impensável.
Naquele verão — o verão em que meu marido morreu — todos tínhamos identidades que relutávamos em abandonar. Meu filho tinha sua fantasia de Batman, eu ainda usava o sobrenome de meu marido e Pequena Abelha, a nossa Abelhinha, apesar de estar relativamente em segurança conosco, ainda se agarrava ao nome que adotara numa época de terror. 
Éramos exilados da realidade, naquele verão. Éramos refugiados de nós mesmos.
Fugir da crueldade é a coisa mais natural do mundo, claro. E as circunstâncias que nos reuniram naquele verão foram extremamente cruéis. Abelhinha nos telefonou na manhã em que a soltaram do centro de detenção. Meu marido atendeu a ligação. Eu só soube muito mais tarde que tinha sido ela — Andrew nunca me contou. Aparentemente, ela lhe avisou que estava vindo, mas imagino que ele não estivesse preparado para vê-la outra  vez. Cinco dias depois, se enforcou. Encontraram meu marido com os pés no ar, no vazio, sem tocar o solo de país nenhum. A morte, claro, é um refúgio. É para onde você vai quando um nome novo ou uma máscara e uma capa não conseguem mais escondê-lo de si mesmo. É para onde você corre quando nenhum dos principados da sua consciência lhe concede asilo.

{Trecho do Livro: Pequena Abelha - Chris Cleave}

Sinopse: Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa… Depois de ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como essa narrativa se desenrola. 

Opinião: Reflexão!!! O livro nos faz pensar sobre nossos atos ou a falta deles e as consequências terríveis que isso pode nos trazer... Apesar de todo alarde no lançamento não espere grandes revelações no final do livro... É um bom livro...


Título Pequena Abelha
Autor: Chris Cleave
ISBN 9788598078939
Páginas: 272
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Editora: Intrinseca
Ano: 2010
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
Idioma: Português

Inicio: 02/11/11
Término: 23/11/11

sábado, 12 de novembro de 2011

Conhecimento...


Achei perfeito!!!
Peguei daqui!

sábado, 5 de novembro de 2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pequena Abelha...


“Foi horrível para mim não ajudar o homem, mas eu estava dividida, oscilando entre dois tipos de vergonha. Por um lado, a vergonha de não cumprir uma obrigação humana. Por outro, a loucura de ser a primeira de uma multidão a ousar um gesto.”

Sarah, personagem de Chris Cleave
in Pequena Abelha

domingo, 30 de outubro de 2011

Um Ano de Milagres...


Outono 1666
Tempo de Colher Maçãs

"Eu costumava amar essa época do ano. A lenha empilhada ao lado da porta, o odor de sua seiva ainda lembrando a floresta. O feno pronto, dourado sob a luz tênue da tarde. O rumor das maçãs rolando para dentro dos depósitos no porão. Odores e cenas e sons que anunciavam que este seria um ano bom: haveria comida e calor para os bebês quando a neve chegasse. Eu adorava andar por entre as macieiras, sentir a maciez cedendo debaixo dos pés ao pisar uma fruta caída. Aromas doces, fortes, de maçã podre e madeira molhada. Este ano, os montes de feno são escassos e a madeira empilhada é pouca, e nada disso me importa.

Trouxeram as maçãs ontem, um carro cheio para o depósito da reitoria. Uma colheita tardia, claro: vi marcas marrons em várias delas. Comentei com o carroceiro, mas ele me disse que tínhamos sorte de conseguir aquela qualidade, e suponho que tenha razão. Há poucas pessoas para fazer a colheita... Há tão poucas pessoas para fazer qualquer coisa! E os que restam entre nós perambulam como num quase torpor. Estamos todos cansados demais.

Peguei uma maçã que estava firme e boa, cortei-a em fatias finas como papel e a levei até aquele cômodo mal-iluminado em que ele se senta, imóvel e em silêncio. Tem a mão sobre a Bíblia, mas nunca a abre. Não mais. Perguntei-lhe se queria que lesse para ele. Ele virou a cabeça para me olhar, e me assustei. Já fazia dias que não olhava para mim. Tinha me esquecido do poder de seus olhos - do que eles eram capazes de nos fazer - quando ele nos fitava do púlpito e nos prendia, um a um, com o olhar. Os olhos ainda são os mesmos, mas o rosto está muito alterado, assim torcido e fatigado, com sulcos profundos. Quando ele chegou aqui, apenas três anos antes, toda a aldeia zombava de sua aparência jovem e ria da ideia de ouvir sermões de um moleque. Se o vissem agora, não ririam, ainda que se lembrassem do que é um riso."

{Trecho do Livro: Um Ano de Milagres - Geraldine Brooks}

Sinopse: Quando uma remessa de tecidos infectados vinda de Londres traz a peste para uma aldeia isolada nas montanhas, uma mulher luta pela sua sobrevivência e a de seus amigos e familiares. Acompanhe, a partir do ponto de vista da personagem, a história do ano da peste de 1666, a epidemia que matou quase um quinto da população inglesa. A cada pequena vitória diante da adversidade, dias se tornam meses, que completam um ano de milagres.

Opinião: MARAVILHOSO!!! (Adoro os livros da Geraldine Brooks) Ela aborda o tema da peste que assolou essa pequena aldeia de maneira magistral... Eu li em dois dias, pois a leitura flui com muita facilidade... Eu recomendo!!! 


Título: Ano de Milagres, Um
Autor: Geraldine Brooks
ISBN: 9788520924396
Páginas: 328
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2010
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
Idioma: Português

Início: 27/10/2011
Término: 29/10/2011

sábado, 29 de outubro de 2011

Dia Nacional do Livro...


Pra mim é difícil falar simplesmente de gosto pelos livros, porque em matéria de livros meu caso é muito mais grave: é um amor que vem desde a infância, que me tem acompanhado a vida inteira, e ainda acima disto, é incurável”.

. José Mindlin .

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Jóia de Medina


Beduínos no deserto
Meca, 619
6 anos

Foi o meu último dia de liberdade. Mas teve início mais ou menos 1.001 dias antes disso: um raio de sol e o meu grito de alarme, atrasada de novo, o salto de minha cama, a fuga pelos cômodos sem janelas da casa do meu pai, minha espada de madeira na mão, meus pés descalços batendo no piso frio de pedras, estou atrasada estou atrasada estou atrasada.
Lampiões tremeluziam sua luz fraca nas paredes, uma pobre substituta do sol que eu amava. Quando passei pela cozinha, o cheiro forte e fermentado de mingau de cevada me enjoou. Mais rápido, mais rápido. O Profeta vai chegar logo. Se ele me vir, vai querer brincar, e sentirei falta de Safwan.
Mas eu devia saber que minha mãe me encontraria. Ela era mais vigilante que o demônio.
— Aonde pensa que está indo? — gritou ela quando, no meio do caminho, dei de encontro com a parede sólida formada por seu corpo com as mãos nos quadris.
Eu ia recuar, recuperar o fôlego e contorná-la, mas ela me agarrou com mãos fortalecidas por anos fazendo pão. Seus dedos seguraram meus ombros como garras de um falcão. Ela correu os olhos como mãos rudes sobre meu cabelo emaranhado pelo sono, minha camisola cor de areia marcada como um mapa da brincadeira do dia anterior: borrões arredondados onde eu havia me ajoelhado na terra, escondendo-me de inimigos beduínos. Um rasgão na manga causado na luta contra meus captores, Safwan e nossa amiga Nadida. Manchas vermelhas do suco de romã da refeição da véspera. Riscos de poeira da pedra imensa que Safwan e eu tínhamos rolado, silenciosamente, para debaixo da janela do nosso vizinho Hamal, o mais novo recém-casado de Meca.
— Você está imunda — disse minha mãe. — Não vai sair de casa desse jeito.
— Por favor, ummi, estou atrasada! — repliquei, mas ela chamou minha irmã.
— Nenhum filho meu vai a lugar algum parecendo um animal selvagem — disse ela. — Vá vestir uma roupa limpa e se encontrar com Asma no pátio. Ela vai domar esses seus cabelos desordenados enquanto busco água para lavar o cabelo da rainha de Sabá.
Ela estava se referindo à sua irmã de harém, Qutailah. Hatun de meu pai, a "Grande Dama", ou primeira esposa, Qutailah distribuía todas as tarefas no harém. Alta, pele morena, e cada vez mais gorda, ela invejava a pele clara e as mechas ruivas e revoltas de minha mãe, além de temer seu gênio temperamental. Desse modo, Qutailah estava sempre lhe lembrando quem era a primeira na casa, chamando minha mãe de durra, ou "papagaio", o nome para a segunda esposa. E designava à minha ummi as tarefas que geralmente cabiam às criadas, tais como puxar imensos alforjes de couro cheios de água do poço de Meca. Era uma tarefa humilhante, pois o poço de Zamzam fi cava no centro da cidade e todos podiam ver minha mãe voltando para casa irritada, com os alforjes pendendo de uma vara sustentada em seus ombros estreitos, respingando água. Enfrentar esse trabalho sempre deixava minha mãe mal-humorada. Não era a hora apropriada para discutir com ela.

{Trecho do Livro: A Jóia de Medina - Sherry Jones}

Opinião: História!!! (Para quem tem curiosidade sobre a época e os costumes...) Mostra bem o papel da mulher numa sociedade em que é dominada pelos homens... Achei uma abordagem interessante sobre o Profeta Maomé... Uma leitura bem interessante

Título: Jóia de Medina, A
Subtítulo: História de Luxúria, Amor e Intriga no Hárem do Profeta, Uma
ISBN: 9788501085429
Páginas: 434
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Editora: Record
Ano: 2009
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
Idioma: Português
Início: 17/09/2010
Término: 26/10/2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Novas Aquisições/Diversão...


Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa… Depois de ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como essa narrativa se desenrola.

{Pequena Abelha - Chris Cleave}

Quando uma remessa de tecidos infectados vinda de Londres traz a peste para uma aldeia isolada nas montanhas, uma mulher luta pela sua sobrevivência e a de seus amigos e familiares. Acompanhe, a partir do ponto de vista da personagem, a história do ano da peste de 1666, a epidemia que matou quase um quinto da população inglesa. A cada pequena vitória diante da adversidade, dias se tornam meses, que completam um ano de milagres.

{Um Ano de Milagres - Um romance dos tempos da peste - Geraldine Brooks}

O psiquiatra Andrew Marlow tem uma vida pacata e organizada, compensando a solidão com a dedicação ao trabalho e ao passatempo da pintura. Esta ordem é destruída quando o célebre e carismático pintor Robert Oliver ataca um quadro na Galeria Nacional e se torna seu paciente. Internado numa instituição psiquiátrica, o pintor remete-se ao silêncio absoluto e recusa-se a revelar as razões que o levaram a atacar a obra de arte que retrata o corpo nu de uma mulher subjugada por um grande cisne branco. A única coisa que Oliver faz é desenhar repetidamente a figura misteriosa de uma bela mulher vestida à moda do período vitoriano. Desesperado por compreender o segredo que atormenta o génio, o psiquiatra embarca numa viagem que o leva a conhecer as mulheres da vida de Oliver e a descobrir um trágico segredo esquecido há mais de cem anos. À entrada do labirinto, Marlow não sabe ainda que também ele será acometido por uma estranha obsessão.

{Os Ladrões de Cisnes - Elizabeth Kostova}

sábado, 15 de outubro de 2011

A Jóia de Medina


"Na verdade, nossos destinos estavam definidos desde o berço. Podíamos moldar o futuro, mas não escapar dele, por mais que penetrássemos o deserto."

{página: 267}

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Lua Nova...


"Afinal, de quantas formas um coração podia ser maltratado e ainda esperar continuar batendo? Eu havia vivido muitas coisas que podiam ter acabado comigo nesses ultimos dias, mas isso não me fez sentir mais forte. Ao invés disso, eu me sentia horrivelmente frágil, como se uma palavra pudesse me fazer em pedaços."

- Stephenie Meyer in “
Lua Nova

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A Outra Rainha...


1568, outono, Chatsworth House,
Derbyshire: Bess
Toda mulher deve se casar pensando em seu próprio benefício, pois seu marido irá representá-la, tão visivelmente quanto a porta da frente, pelo resto da sua vida. Se ela escolher um vagabundo, será evitada por todos os vizinhos como uma coitada; se fisgas um duque a será Sua Graça, e todos serão seusamigos. Pode ser piedosa, pode ser instruída, pode ser espirituosa e sábia e bela, mas se casar com um tolo, será a “pobre Sra. Tolo” até ele morrer.
E eu tenho bons motivos para respeitar minha própria opinião sobre maridos, já que tive três, e cada um, que Deus o tenha, foi um passo em direção aoseguinte, até eu chegar ao quarto, meu conde, e agora sou “milady condessa de Shrewsbury”: uma ascensão maior que a de qualquer mulher que eu conheço.
Cheguei aonde estou porque tirei o máximo proveito de mim mesma e consegui o melhor preço pelo que posso colocar no mercado. Sou uma mulher que por esforço próprio se fez —, se refinou e se vendeu — e tenho orgulho disso.
1568, Outono,
Hampton Court: George
Não sou agente de ninguém. Não estou à venda. Não sou espadachim contratado. Não sou espião de Cecil nem seu algoz. Tudo o que queria era não estar aqui em Londres, envolvido nesta história injuriosa, e sim em casa, em Chatsworth House, com minha querida e inocente esposa Bess, no campo, longe das conspirações e dos perigos da corte. Não posso dizer que sou feliz.
Não posso dizer que gosto disso. Mas cumprirei o meu dever — Deus sabe que sempre cumpro o meu dever.
— Você foi convocado para nada menos que ordenar a morte de Maria I da Escócia — sussurrou Thomas Howard em meu ouvido ao me alcançar em uma galeria em Hampton Court. As venezianas tinham sido fechadas para a limpeza, e a galeria estava parcialmente escura naquele fim de tarde.
Os retratos nas paredes pareciam mostrar ouvintes pálidos inclinando-se à frente para escutar quando Howard me pegou pelo braço para me alertar dos perigos que eu já temia.
1568, inverno,
castelo de Bolton: Maria
Recuso-me, recuso-me terminantemente a usar qualquer outra coisa que não sejam meus próprios vestidos. Meus belos vestidos, minhas peles, minhas golas de renda, meus veludos, minhas anáguas de tecido dourado, foi tudo deixado em Holyroodhouse, pulverizado de perfume e pendurado em sacolas de musselina nos quartos de vestir. Vesti armadura quando parti com Bothwell para dar uma lição aos meus lordes rebeldes, mas acabei não me revelando nem professora nem rainha, pois me derrotaram, me prenderam e ainda capturaram Bothwell como um criminoso. Aprisionaram-me, e eu teria morrido no castelo de Lochleven se não tivesse conseguido escapar graças à minha própria sagacidade. Agora, na Inglaterra, acham que caí tanto a ponto de vestir roupas de segunda mão. Acham que fiquei humilde o bastante para me dar por satisfeita com os vestidos que Elizabeth descartou.
{Trecho do Livro: A Outra Rainha - Philippa Gregory}
Sinopse: Um romance dramático de paixão, política e traição, da autora de Duas Irmãs. Um Rei. Com a sua característica combinação de magnífica narrativa com um contexto histórico autêntico. Philippa Gregory dá vida a esta época de grandes mudanças, numa fascinante história de traição, lealdade, política e paixão. Maria Stuart, Rainha dos Escoceses, está em prisão domiciliária em casa de Bess de Hardwick, recém-casada com o Conde de Shrewsbury, mas continua a lutar para recuperar o seu reino. Maria é Rainha da Escócia mas foi forçada a abandonar o seu país e a refugiar-se na Inglaterra, governada pela sua prima Isabel. Nesta época, a Inglaterra é um país com um protestantismo mal alicerçado, pressionado pelo poder da Espanha, da França e de Roma, e a presença de uma carismática governante católica pode ser perigosa. Cecil, o conselheiro-mor da Rainha Isabel, concebe então um plano para que Maria viva enclausurada com a sua cúmplice, Bess de Hardwick. Bess é uma mulher empreendedora, uma sobrevivente perspicaz, recém-casada com o Conde de Shrewsbury (o seu quarto marido). Mas que casamento resiste aos encantos de Maria? Ou à ameaça de rebelião que a acompanha a todo o momento? No seu cativeiro privilegiado. Maria tem de aguardar pelo regresso à Escócia e pelo reencontro com o seu filho. Mas esperar não significa nada fazer!



Opinião: Deleite!!! Como sempre a autora nos presenteia com o tema... Eu me sinto como dama de companhia da rainha... O livro é contado por vozes de personagens diferentes o que nos faz ver  a mesma história contada por vários ângulos diferentes... Apesar de saber o final do livro antes dele acabar confesso que em alguns momentos amei e em outros odiei a "Outra rainha"... E com certeza a grande pergunta que fica é: E se ela não tivesse sido executada? O que teria acontecido?
Editora: Record
Assunto :
Literatura Estrangeira
I.S.B.N.:
9788501088024
idioma
: Português
Tipo de Capa:
Brochura
Edição
: 1 / 2011
Numero de Páginas: 420
Início: 17/08/2011
Término:
15/09/2011

sábado, 10 de setembro de 2011

O Poder dos Livros...

Olhando para os Livros no Gueto, Varsóvia fev. 1941

Foto: Joe Julius Heydecker (BPK/Berlinische Galerie, dist. RMN)

Retirado daqui!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Prazeres Incomparáveis...


A Outra Rainha...

Lendo:

“Uma rainha nunca se queixa que foi maltratada. Uma rainha nega que tal coisa possa acontecer. Não posso ser roubada de mim mesma, não posso perder a minha divindade. Posso ser insultada, mas sempre o negarei. Esteja sentada no trono ou vestida em trapos, continuarei a ser rainha. Não sou uma plebéia que deseja o direito de usar veludo, mas passa a vida usando tecido caseiro. Estou acima de todos os homens e mulheres comuns. Fui ordenada, escolhida por Deus. Como podem ser tão obtusos e não verem isso? Eu poderia ser a pior mulher do mundo, e ainda sim seria uma rainha.”

Mary Stuart, personagem de Philippa Gregory
in A Outra Rainha

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Princesa Leal...

Um DESTINO
já estava TRAÇADO tornar-se
RAINHA da Inglaterra.




1509
Então esperei. Esperei inacreditavelmente, por um total de seis anos. Seis anos quando fui uma noiva de 17 anos e uma mulher de 23. Soube então que a raiva do rei Henrique Tudor era cortante, eficaz e duradoura. Nenhuma princesa no mundo esperou tanto tempo ou foi tratada tão rudemente ou deixada em total desespero. Não estou exagerando, como faria um trovador para tornar a história mais atraente – como lhe disse, meu amado, nas horas escuras da noite. Não foi como uma história, nem mesmo como uma vida. Foi uma sentença de prisão, foi como ser um refém sem nenhuma chance de redenção, foi solidão, e a vagarosa percepção de que tinha fracassado.
{...}
Perdi o orgulho do meu poder de atração, perdi a confiança em minha inteligência e aptidões, mas nunca perdi a vontade de viver. Não era como a minha mãe, não era como Joana, não virava para a parede e ansiava por meu sofrimento passar. Não me entreguei ao penar plangente da loucura, nem a escuridão delicada da indolência. Trinquei os dentes, sou a princesa leal, não paro quando todos param. Prossegui. Esperei. Mesmo quando não podia fazer nada, eu podia esperar. Então, esperei.

Esses não foram os anos da minha derrota; foram os anos em que cresci, e foi um amadurecer penoso. De uma garota de 16 anos pronta para o amor, passei a uma viúva solitária, órfã de mãe, de 23 anos. Foram os anos em que recorri à felicidade de minha infância no Alhambra e ao meu amor por meu marido para me sustentarem, e em que, independentemente dos obstáculos no meu caminho, seria a rainha da Inglaterra. Foram os anos em que minha mãe reviveu por mim. Descobri a sua determinação dentro de mim, a sua coragem dentro de mim. Foram os anos em que, apesar de nada ter-me restado – sem marido, sem mãe, sem amigos, sem fortuna e sem perspectiva – jurei que, por mais desrespeitada, por mais improvável que fosse a perspectiva, ainda seria a rainha da Inglaterra.

{Trecho do Livro: A Princesa Leal – Philippa Gregory}

Sinopse: No imaginário popular, Catarina de Aragão é vista como a rainha desprezada por Henrique VIII, a nobre trocada por Ana Bolena, plebéia da corte dos Tudor. Philippa Gregory, autora de "A Irmã de Ana Bolena", recria a infância e a juventude da infanta de Espanha. Criada no palácio de Alhambra, em Granada, Catarina fora prometida aos três anos de idade a Artur, príncipe de Gales. No entanto, a morte prematura do jovem após o casamento, fez com que Catarina se unisse a Henrique VIII, irmão mais novo de Artur. A partir de um dos episódios mais singulares da história inglesa, Phillipa Gregory nos oferece uma romance delicioso.

Opinião: Adoreiii...! Se antes achava Catarina de Aragão uma mulher frágil e que vivia a margem do Rei Henrique VIII, a autora nos presenteia com uma mulher forte e que fará de tudo com uma determinação ímpar para alcançar o destino traçado por seus pais e pela promessa feita ao marido em seu leito de morte: se tornar a Rainha da Inglaterra!


I.S.B.N.: 8501077429
Literatura: Romace
Edição : 01 / 2007
Idioma : Português
País de Origem: Brasil
Número de Paginas : 448
Inicio: 07/08/2011
Término: 15/08/2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Princesa Leal



“Sinto saudades de casa; mas não abandonarei meu posto. Não sou um soldado que se esquece de seu dever, sou uma sentinela desperta a noite inteira. Não vou decepcionar o meu amor. Eu disse “prometo”, e não vou me esquecer. Serei leal a ele. No jardim que a vida é imortal, Al-Yanna, é lá que Artur vai esperar por mim. Serei a rainha da Inglaterra como nasci para ser, como lhe prometi que seria. A rosa germinará na Inglaterra assim como no paraíso.”

{Página: 213}



Catarina de Aragão, personagem de Philippa Gregory
in A Princesa Leal.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Jóia de Medina...

Minha nova aquisição...rs

"Venha comigo pra uma viagem a outro tempo e lugar. Um mundo exótico, severo, repleto de açafrão e lutas de espadas. De nômades que vivem no deserto, em cabanas feitas com couro de camelo. De caravanas carregadas de tapetes persas e olíbano. Um mundo de túnicas coloridas e esvoaçantes, olhos escurecidos com khol e braços perfumados com hena."

{página: 7}

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Princesa Leal

Lendo:


"Desde que tinha 3 anos de idade fui prometida em casamento ao príncipe Arthur, filho do rei Henrique da Inglaterra, e quando completar 15 anos vaiajarei para esse país em um belo navio com a minha bandeira adejando no topo do mastro, e serei sua mulher, depois sua rainha. O país dele é rico e fértil - repleto de fontes e do som da água jorrando, cheio de frutas e perfumados com flores; e será o meu país, vou cuidar dele. Tudo isso foi combinado quase desde o meu nascimento, eu sempre soube o que seria; e apesar de lamentar deixar minha mãe e minha casa, nasci princesa, destinada a ser rainha, e sei o meu dever.

Sou uma criança de convicções absolutas. Sei que serei rainha da Inglaterra porque é a vontade de Deus, e é o que minha mãe ordena. E acredito, assim como acreditam todos em meu mundo, que Deus e minha mãe, são em geral, a mesma mente; e a sua vontade é sempre cumprida."

{Página: 12}

Catarina de Aragão, personagem de Philippa Gregory
in
A Princesa Leal

domingo, 7 de agosto de 2011

A Irmã de Ana Bolena...


Outono de 1526
Retornamos a Londres, Greenwich, um dos palácios mais queridos do rei, e ainda sim seu humor não melhorou. Ele passava grande parte do tempo com clérigos e conselheiros. Alguns achavam que estava preparando um novo livro, outro estudo de teologia. Mas eu, que tinha que ficar com ele na maioria das noites, enquanto escrevia e lia, sabia que estava lutando com as palavras da Bíblia, lutando para saber se era a vontade de Deus um homem casar-se com esposa de seu irmão - portanto gostar dela - ou se era a vontade de Deus um homem rejeitar a viúva de seu irmão - pois olhar para ela com desejo era envergonhar o seu irmão. Deus, nessa situação, era ambiguo. Diferentes passagens da Bíblia diziam coisas diferentes. Seria necessário um colégio inteiro de teólogos para decidir qual teria a precedência.
Para mim, parecia óbvio que um homem pudesse desposar a viúva de seu irmão, de modo que os filhos de seu irmão pudessem ser criados em um lar divino e uma boa mulher bem cuidada. Graças a Deus não me arrisquei a dar essa opinião nos concílios noturnos de Henrique. Havia homens discutindo em grego e latim, voltando a textos originais, consultando os pais da Igreja. A última coisa que queriam era o bom senso de uma jovem extraordinariamente comum.
Eu não era útil para ele. Não podia ser útil para ele. Era Ana que tinha o cérebro de que ele precisava, só Ana tinha a capacidade de transformar um emaranhado teológico em piada e fazê-lo rir, mesmo quando ele quebrava a cabeça para decifrá-lo.
Caminhavam juntos todos as tardes, a mão dela em seu braço, suas abeças tão próximas como a de dois conspiradores. Pareciam amantes, mas quando me deixava ficar do seu lado, ouvia Ana dizer: "Sim, mas São Paulo é bem claro a esse respeito..." E Henrique replicava : "Acha que é isso que ele quer dizer? Sempre achei que se referia a outra passagem."
George e eu caminhávamos atrás deles, aias maleáveis, e eu via quando Ana apertava o braço de Henrique para esclarecer um ponto ou sacudia a cabeça discordando."
{Trecho do Livro: A Irmã de Ana Bolena - Philippa Gregory}

Sinopse: A história de duas irmãs competindo por um grande prêmio: o amor de um rei. Rivalidades, intrigas e paixão se misturam neste envolvente romance da inglesa Philippa Gregory, "A Irmã de Ana Bolena".
Aos 14 anos a inocente Maria Bolena, sua irmã mais nova Ana e o irmão George chegam à corte. À época, as grandes famílias aristocratas habitavam os arredores do palácio real e ter uma mulher de sua prole nas proximidades do leito do soberano era garantia de ascensão social. A doçura e beleza de Maria chamam a atenção de Henrique VIII, soberano da dinastia Tudor na Inglaterra entre 1509 e 1547, lembrado no imaginário popular por sua fama de conquistador - ao longo de sua vida, foi casado com seis mulheres, além das inúmeras amantes que mantinha em sua corte.Encantada com a atenção do rei, Maria se apaixona pelo nobre e pelo papel não-oficial de rainha. Como nova amante de Henrique VIII sua aventura amorosa é amplamente incentivada pelos irmãos e o relacionamento se estende por anos, gerando dois filhos, inclusive um homem. Entretanto, toda a família Bolena está envolvida em uma intriga ainda maior: a dissolução do casamento do soberano com Catarina de Aragão.

Opinião: Empolgante!!!! Ascenção e queda da mulher que fez um rei mudar a história de seu povo.. Eu particularmente sou fã da história de Ana Bolena... E Amo a corte dos Tudor, o período em que a história foi mudada... As irmãs Bolena lutam pelo amor do Rei, mas é Ana que consegue sua atenção... Muito bem contado... eu amei esse livro
Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN:
9788501073693
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 626
Início: 31/07/2011
Término:
07/08/2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Sobre Livros...


"Livro.
Uma palavra tão pequena e simples, mas com poder suficiente para moldar o mundo."

{DarkWriterBr}

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A Irmã de Ana Bolena...


"- Não, tio, lamento, mas não posso fazer isso. - Encarei seu olhar tão aguçado quanto o de um falcão, seus olhos escuros a que nada escapava. - Amo a rainha. Ela é uma grande dama e não posso traí-la. Não posso tomar o seu lugar. Não posso enxotá-la e assumir o lugar da rainha da Inglaterra. Seria subverter a ordem das coisas. Não me atreveria a fazer isso. Não posso.

Ele me deu aquele seu sorriso lupino.

- Estamos fazendo uma nova ordem - disse ele. - Um novo mundo. Fala-se do fim da autoridade do Papa, o mapa da França e da Espanha está sendo refeito. Tudo está mudando, e aqui estamos nós, bem na vanguarda da mudança.

- E se me recuso? - perguntei, com a voz fraca.

Lançou-me seu sorriso mais cínico, que deixava seus olhos frios feito carvão molhado.

- Não vai recusar - replicou simplesmente. - O mundo não mudou tanto assim, ainda. Os homens continuam a dar as ordens."

{página: 178}

Maria Bolena e Thomas Howard personagens de Philippa Gregory
in A Irmã de Ana Bolena.

domingo, 31 de julho de 2011

A Irmã de Ana Bolena...

Lendo:

"A corte retornou calmamente ao Palácio de Westminster em três barcaças remadas rio acima. Os homens na margem tiravam o chapéu e se ajoelhavam quando a barcaça real passava veloz com galhardetes agitados pelo vento e panos vistosos. Eu estava na segunda barcaça com as mulheres da corte, a embarcação da rainha. Minha mãe estava sentado ao meu lado. Em um raro momento de interesse, olhou-me de relance e comentou:
- Você está muito pálida, Maria, está enjoada?
- Não achei que ele seria executado - eu disse. - Pensei que o rei o perdoaria.
Apesar do chiado do barco e do ruído dos remadores, minha mãe inclinou-se e aproximou sua boca de minha orelha para garantir que ninguém nos ouviria.
- Então você é uma boba - disse ela, abruptamente. - E uma boba por expressar isso. Observe e aprenda, Maria. Não há lugar para erros na corte."

{Página: 9}

sábado, 30 de julho de 2011

O Tempo Entre Costuras...


"Cresci em um ambiente moderadamente feliz, com mais apertos que excessos, mas sem grandes carências nem frustrações. Fui criada em uma rua estreita de um bairro típico de Madri, ao lado da praça De la Paja, a dois passos do Palácio Real; a um pulo da agitação constante do coração da cidade, em um ambiente de roupa estendida, cheiro de água de lavadeira, vozes de vizinhas e gatos ao sol. Frequentei uma rudimentar escola em um local próximo: em seus bancos, previstos para duas pessoas, acomodávamo-nos de quatro em quatro, sem ordem e aos empurrões para recitar em voz alta La canción del pirata e a tabuada. Ali aprendi a ler e escrever, a usar as quatro réguas e o nome dos rios que cortavam o mapa amarelado pendurado na parede. Aos doze anos, concluí minha formação e entrei, na qualidade de aprendiz, no ateliê em que minha mãe trabalhava. Meu destino natural.
Do ateliê de dona Manuela Godina, a proprietária, havia décadas saíam peças primorosas, excelentemente cortadas e cosidas, famosas em Madri inteira. Roupas de dia, vestidos de coquetel, casacos e capas que depois seriam ostentados por senhoras distintas em seus passeios pela Castelhana, no Hipódromo e no polo de Puerta de Hierro, ao tomar chá no Sakuska e quando iam às igrejas de segunda categoria. Passou-se algum tempo, porém, até que comecei a adentrar os segredos da costura. Primeiro, fiz de tudo no ateliê: retirava as brasas dos fogareiros e varria do chão os restos de tecido, aquecia os ferros de passar no fogo e corria sem parar para comprar linhas e botões na praça de Pontejos. Eu também era encarregada de levar às seletas residências os modelos recém-terminados embrulhados em grandes sacolas de tecido escuro; era minha tarefa favorita, o melhor entretenimento naquela carreira incipiente. Conheci, assim, os porteiros e motoristas das melhores casas, as donzelas, criadas e mordomos das famílias mais endinheiradas. Contemplei, sem mal ser vista, as mulheres mais refinadas, suas filhas e maridos. E, como uma testemunha muda, adentrei suas casas burguesas, palacetes aristocráticos e apartamentos suntuosos dos edifícios tradicionais. Em algumas ocasiões não chegava a ultrapassar as áreas de serviço e alguém do corpo de empregados cuidava de receber a roupa que eu portava; em outras, porém, incitavam-me a entrar até os quartos, e para isso eu percorria os corredores e vislumbrava os salões, e comia com os olhos os tapetes, os lustres, as cortinas de veludo e os pianos de cauda que às vezes alguém tocava e às vezes não, pensando em como seria estranha a vida em um universo como aquele.
{...}
A Segunda República havia infundido um sopro de agitação na confortável prosperidade do ambiente de nossas clientes. Madri andava convulsionada e frenética, a tensão política impregnava todas as esquinas. As boas famílias prolongavam até o infinito seus veraneios no Norte, desejosas de permanecer à margem da capital inquieta e rebelde em cujas praças anunciavam o Mundo Obrero enquanto os proletários descamisados da periferia adentravam sem reservas a Porta do Sol. Os grandes carros particulares começavam a rarear pelas ruas, as festas opulentas também. As velhas damas enlutadas rezavam novenas para que Azaña³ caísse logo e o barulho das balas se tornava cotidiano quando se acendiam os faróis a gás. Os anarquistas queimavam igrejas, os falangistas sacavam pistolas com pose de valentões. Com frequência crescente, os aristocratas e altos burgueses cobriam com lençóis seus móveis, demitiam os empregados, trancavam as janelas e partiam com urgência para o exterior, passando tranquilamente joias, medos e dinheiro pelas fronteiras, sentindo saudade do rei exilado e de uma Espanha obediente que ainda tardaria a chegar. E no ateliê de dona Manuela entravam cada vez menos mulheres, saíam menos pedidos e havia menos a fazer. Em um penoso conta-gotas, foram sendo dispensadas primeiro as aprendizes e depois as demais costureiras, até que, no fim, só restamos a dona, minha mãe e eu. E quando terminamos o último vestido da marquesa de Entrelagos e passamos os seis dias seguintes ouvindo rádio, de braços cruzados sem que sequer uma alma batesse à porta, dona Manuela anunciou, entre suspiros, que não tinha mais remédio senão fechar o ateliê. Em meio à convulsão daqueles tempos, quando as disputas políticas faziam tremer as poltronas dos teatros e os governos duravam três pais-nossos, mal tivemos oportunidade de chorar o que perdemos. "
Opinião: Surpreendente!!! Entre alinhavos, botões e tecidos vemos uma história que surpreende... Ela fa uma reviravolta na vida da personagem que nem mesmo eu sabia que iria acontecer... Muito bom!!
Editora: Planeta
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN:
9788576655435
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 480

Início: 03/04/2011

Término:
30/07/2011

The Tudors...


Finalmente consegui comprar os livros que faltavam...
Agora é "diversão" garantida!
:)

domingo, 24 de julho de 2011

O Tempo Entre Costuras...


"Voltamos a nos entender bem, mas nenhuma das duas era mais a que havia sido, e ambas sabíamos que éramos duas mulheres diferentes. A forte Dolores havia se tornado vulnerável, a pequena Sira já era uma mulher independente. Mas nos aceitamos, nos apreciamos e, com os papéis bem definidos, a tensão nunca mais tornou a se instalar entre nós."

{página: 258}

sábado, 23 de julho de 2011

Minha Estante...


Minha Estante - 23/07/11

P.S.: Faltam 3 livros que estão emprestados e mais 2 que acabei de comprar..rs

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Os Garotos e as Garotas de Jane Austen...

Coronel Brandon, Captain Wentworth, Mr Wickham, Mr Darcy, Mr Knightley,
Edmund Bertram, Edward Ferras, Mr. Tilney, Charles Bingley.


Fanny Price, Elinor e Marianne Dashwood, Catherine Morland,
Elizabeth Bennet, Anne Elliot e Emma Woodhouse

Retirei daqui!