quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Circo da Noite...





"De início é apenas um padrão aleatório de luzes, mas à medida que outras se acendem, fica claro que estão alinhadas para formar letras. Ao inclinar o corpo para a esquerda para enxergar melhor, você lê o que está escrito:
 
 Le cirque de Rêves
Os portões de ferro estremecem e se destrancam, como que por vontade própria. Abrem-se para fora, convidando a multidão a adentrar.
 
Agora o circo está aberto.
Agora você pode entrar."
{Página: 9}


sábado, 25 de agosto de 2012

O Circo da Noite...



Lendo:


"O circo chega sem aviso.
Nenhum anúncio o precede, nenhum cartaz em postes ou outdoor,
nenhuma menção ou propaganda nos jornais locais.
Simplesmente está lá, quando ontem não estava."

Marina...



"No final da década de 1970, Barcelona era uma miragem de avenidas e becos, onde, só de cruzar a soleira de uma portaria ou de um café, uma pessoa poderia viajar para trinta ou quarenta anos antes. O tempo e a memória, a história e a ficção se fundiam como aquarelas na chuva naquela cidade feiticeira. Foi ali, sob o eco de ruas que já não existem, que catedrais e edifícios fugidos de alguma fábula tramaram o cenário desta história.
Na época, eu era um menino de 15 anos que mofava entre as paredes de um internato com nome de santo, nas margens da estrada de Vallvidrera. Naquele tempo, o bairro de Sarriá ainda conservava o aspecto de um pequeno povoado encalhado à margem de uma metrópole modernista. Meu colégio se erguia no alto de uma rua que subia do Paseo de la Bonanova. Sua fachada monumental sugeria mais um castelo do que uma escola. E sua silhueta angulosa de cor barrenta era um quebra-cabeça de torres, arcos e alas em trevas.
O colégio era cercado por uma cidadela de jardins, fontes, tanques lodosos, pátios e pinheirais encantados. Ao seu redor, edifícios sombrios hospedavam piscinas cobertas por um véu fantasmagórico de vapor, ginásios enfeitiçados de silêncio e capelas tenebrosas onde as imagens dos santos sorriam sob o reflexo dos círios. O edifício tinha quatro andares, sem contar os dois porões e o sótão com o claustro, onde viviam os poucos sacerdotes que ainda trabalhavam como professores. Os quartos dos internos se enfileiravam ao longo dos corredores cavernosos do quarto andar. Essas intermináveis galerias jaziam em perpétua penumbra, envoltas por um eco espectral.
Eu passava meus dias sonhando acordado nas salas de aula daquele imenso castelo, esperando pelo milagre que se produzia todo dia às cinco e vinte da tarde. Nessa hora mágica, o sol vestia os altos janelões de ouro líquido. A campainha tocava anunciando o fim das aulas e nós, os internos, dispúnhamos de quase três horas livres antes do jantar no refeitório. A ideia era de que esse tempo deveria ser dedicado aos estudos e à reflexão espiritual. Não me lembro de ter destinado um único dia dos muitos que passei ali a nenhuma dessas nobres tarefas.
Aquele era o meu momento favorito. Driblando o controle da portaria, partia para explorar a cidade. Costumava voltar para o internato, ainda a tempo de jantar, caminhando entre velhas ruas e avenidas enquanto anoitecia ao meu redor. Naqueles longos passeios, experimentava uma sensação de liberdade embriagante. Minha imaginação voava por cima dos edifícios e se erguia até o céu. Por algumas horas, as ruas de Barcelona, o internato e o meu triste dormitório no quarto andar sumiam. Por algumas horas, só com um par de moedas no bolso, eu era o sujeito mais sortudo do universo.
Muitas vezes, meu caminho me levava para aquela área que na época era chamada de deserto de Sarriá e que não era nada mais que um arremedo de bosque perdido numa terra de ninguém. A maioria das antigas mansões senhoriais, que nos bons tempos povoavam o norte do Paseo de la Bonanova, ainda estava de pé, embora em ruínas. As ruas que cercavam o internato traçavam uma cidade fantasma. Muros cobertos de hera vedavam a entrada em jardins selvagens nos quais se erguiam residências monumentais, palácios invadidos pelo mato e pelo abandono, nos quais a memória parecia flutuar como uma névoa que demora a se dissipar. Muitos desses casarões só esperavam a demolição e outros tinham sido saqueados por anos a fio. Alguns, no entanto, ainda estavam habitados.
Seus ocupantes eram membros esquecidos de famílias arruinadas. Uma gente cujo nome se escrevia em quatro colunas no La Vanguardia, na época em que os bondes ainda despertavam o temor reservado a invenções modernas.
Reféns de um passado moribundo, negavam-se a abandonar o barco à deriva. Temiam que seus corpos se desfizessem em cinzas ao vento se ousassem pôr os pés fora de suas mansões devastadas. Prisioneiros, definhavam à luz dos candelabros.
Muitas vezes, quando passava apressado diante das grades enferrujadas de um daqueles portões, eu tinha a impressão de que olhares assustados me acompanhavam por trás das janelas descascadas."


{Trecho extraído do Livro: Marina – Carlos Ruiz Zafón}
Opinião: VICIANTE!!! Eu li bem rapidinho... Zafón tem esse poder...rs O livro é bem escrito as trams como sempre muito bem direcionadas... Achei um pouco fantasioso demais o final, mas é um livro!!!!! E é exatamente essa a função dele, nos mostrar que tudo é possível... Adorei o ler e recomendo!

Sinopse: Na Barcelona dos anos 1980, o menino Óscar Drai, um solitário aluno de internato, conhece Marina, uma jovem misteriosa que vive num casarão com o pai idoso. Em passeios pela cidade, os dois presenciam uma cena estranha num cemitério e se envolvem na resolução de um mistério que remonta aos anos 1940. Numa tentativa inútil de escapar da própria memória, Oscar abandona sua cidade. Acreditava que, colocando-se a uma distância segura, as vozes do passado se calariam. Quinze anos mais tarde, ele regressa à cidade para exorcizar seus fantasmas e enfrentar suas lembranças - a macabra aventura que marcou sua juventude, o terror e a loucura que cercaram a história de amor.

"Marina me disse um dia que a gente só se lembra do que nunca aconteceu. Ainda ia se passar uma eternidade antes que eu pudesse compreender essas palavras. Mas é melhor começar do início, que neste caso é o final."



{Página: 7}

Título: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9788581050164
Páginas: 192
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Ano: 2011
Assunto: Ficção Científica
Idioma: Português

Início: 20/08/2012
Término: 24/08/2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Marina


"A vida concede a cada um de nós apenas alguns raros momentos de felicidade. Às vezes são apenas dias ou semanas. Às vezes são anos. Tudo depende da sorte de cada um. A lembrança desses momentos nos acompanha para sempre e se transforma num país da memória ao qual tentamos regressar pelo resto de nossas vidas, sem conseguir"

~ Marina - Carlos Ruiz Zafón - Página: 144 ~


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Marina...

Lendo:



“Na época, não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele. Quinze anos depois, a memória daquele dia voltou para mim. Vi aquele menino vagando entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina se acendeu de novo como uma ferida aberta.
Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Este é o meu.”

~ Marina (Carlos Ruiz Zafón) – Pág.: 8 ~

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Importante sobre a Leitura...


"Acho que a leitura é uma das melhores coisas que a gente tem na vida, mas tem de ser num campo de liberdade intelectual – cada um resolve o que acha melhor. O importante é adquirir o hábito da leitura, não importa com quais livros, porque, depois de o hábito estar enraizado, vem a seletividade por si mesma. E cada um vai escolher se gosta de clássicos, de romances policiais – depende da vontade de cada um. Não se pode dizer “Você tem de ler determinados livros”. O máximo que se pode dizer é: “Eu achei esse livro muito bom e acho que você teria prazer em lê-lo” ou então “Eu li esse livro e achei que a leitura é uma perda de tempo, mas não é pecado gostar”. Não pode haver um preconceito de ler só um determinado tipo de livro. Para dar um exemplo extremo, uma pessoa pode gostar de ler Os Sermões do Padre Vieira e de repente interromper essa leitura para pegar um livro da Agatha Christie. Não vejo nada de mau nisso. O importante é adquirir o hábito da leitura e ir apurando por si mesmo a escolha do que ler."
José Mindlin, em entrevista ao Jornal do BAN
Fonte: http://bibliomanias.no.sapo.pt/Mindlin.htm

sábado, 11 de agosto de 2012

Livros Meus...

Esperando ansiosa para que cheguem logo! rs


A Rainha Branca: Irmãos e primos lutam entre si para conquistar o trono da Inglaterra neste fascinante relato da guerra das duas rosas, o conflito que opôs a casa de lancaster, cujo simbolo é uma rosa vermelha, á casa de York, representada pela rosa branca. Em meio á guerra, a viuvá Elizabeth Woodville desperta a atenção do jovem Rei Eduardo IV, e os dois se casam em segredo.

Circo da Noite: Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar. Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá. À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam. Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.

Marina: Na Barcelona dos anos 1980, o menino Óscar Drai, um solitário aluno de internato, conhece Marina, uma jovem misteriosa que vive num casarão com o pai idoso. Em passeios pela cidade, os dois presenciam uma cena estranha num cemitério e se envolvem na resolução de um mistério que remonta aos anos 1940. Numa tentativa inútil de escapar da própria memória, Oscar abandona sua cidade. Acreditava que, colocando-se a uma distância segura, as vozes do passado se calariam. Quinze anos mais tarde, ele regressa à cidade para exorcizar seus fantasmas e enfrentar suas lembranças - a macabra aventura que marcou sua juventude, o terror e a loucura que cercaram a história de amor.

O Prisioneiro do Céu: Barcelona, 1957. Daniel Sempere e seu amigo Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, estão de volta à aventura para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Já se passa um ano do casamento de Daniel e Bea. Eles agora têm um filho, Julián, e vivem com o pai de Daniel em um apartamento em cima da livraria Sempere e Filhos. Fermín ainda trabalha com eles e está ocupado com os preparativos para seu casamento com Bernarda no ano-novo. No entanto, algo parece incomodá-lo profundamente.
Quando tudo começava a dar certo para eles, um personagem inquietante visita a livraria de Sempere em uma manhã em que Daniel está sozinho na loja. O homem misterioso entra e mostra interesse por um dos itens mais valiosos dos Sempere, uma edição ilustrada de O conde de Montecristo que é mantida trancada sob uma cúpula de vidro. O livro é caríssimo, e o homem parece não ter grande interesse por literatura; mesmo assim, demonstra querer comprá- lo a qualquer custo.
O mistério se torna ainda maior depois que o homem sai da loja, deixando no livro a seguinte dedicatória: "Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro". Esta visita é apenas o ponto de partida de uma história de aprisionamento, traição e do retorno de um adversário mortal. Daniel e Fermín terão que compreender o que ocorre diante da ameaça da revelação de um terrível segredo que permanecia enterrado há duas décadas no fundo da memória da cidade.
Ao descobrir a verdade, Daniel compreenderá que o destino o arrasta na direção de um confronto inevitável com a maior das sombras: aquela que cresce dentro dele. Transbordando de intriga e emoção, "O Prisioneiro do Céu" é um romance em que as narrativas de A sombra do vento e O jogo do anjo convergem e levam o leitor à resolução do enigma que se esconde no coração do Cemitério dos Livros Esquecidos. A Sombra do Vento superou a marca dos 13 milhões de exemplares vendidos.