domingo, 30 de setembro de 2012

Julieta Imortal...


Lendo:



“À noite, poderia entrar pela porta. O castelo está silencioso, os empregados adormecidos, e a Ama o deixaria entrar. Mas ele escolhe a janela, subindo pelos ramos das flores noturnas, carregando as pétalas em suas vestes.

Uma pedra se solta e cai ao chão. Ouço seus gemidos ao correr em seu auxílio.
É romântico, um sonhador, e não tem medo de se entregar. É valente e corajoso, e eu o amo por isso. Desesperadamente. O amor que sinto me deixa sem ar. É como se morresse e renascesse sempre que olho em seus olhos ou passo meus dedos trêmulos por seus cabelos”

{Página: 07}

sábado, 29 de setembro de 2012

Para Sempre...




"Depois de fazermos nossos votos, o pastor pediu que meu padrinho de casamento, Mike Kloeppel, trouxesse as alianças. Mike colocou a mão por dentro de seu paletó, mas, em vez de tirar as alianças, tirou de lá uma luva preta de beisebol, novinha e recém‑engraxada, de modo que brilhasse. Mike me entregou a luva. Eu a coloquei na mão e fiz um sinal para o pai de Krickitt, que abriu um grande sorriso, ficou em pé e arremessou uma bola de beisebol para que eu a apanhasse. Peguei a bola ainda no ar, joguei a luva por cima do ombro para Mike e removi  um pedaço de fita adesiva que estava na bola. Dentro da bola estava a aliança de Krickitt. como foi o amor pelo esporte que fez com que nos conhecêssemos, achei que aquilo seria apropriado para marcar nosso interesse comum de uma forma inesquecível. 

A recém‑casada senhora Kim Carpenter e eu fomos, em lua de mel, para Maui , e quando retornamos passamos a morar em Las Vegas, no Novo México, logo no início do ano letivo. Eu comecei a trabalhar com o meu time de beisebol, e Krickitt entrou de cabeça em sua nova vida, com o mesmo entusiasmo, espírito e fé que a haviam transformado em uma excelente vendedora. Eu tive a vantagem de continuar a morar na mesma cidade e ter o mesmo emprego, mas minha nova esposa teve que começar do zero em um ambiente totalmente novo. Aquilo não foi um problema para ela. Não demorou até que se tornasse a especialista em estatística do time, coordenadora em caráter informal dos lanches preparados para o time, durante os jogos contra equipes de outras universidades, e voluntária para qualquer tarefa em que sua presença fosse necessária. 
{...}

Decidimos que o Dia de Ação de Graças seria uma época perfeita para fazermos nossa primeira visita depois de casados aos pais dela, em  Phoenix. Na terça‑feira da semana do Dia de Ação de Graças, antes de sairmos de viagem, Krickitt e eu jantamos e depois ficamos abraçados no sofá para assistir à TV. Eu estava com o meu braço ao redor dela, e ela apoiava sua cabeça no meu peito. 

Sem qualquer aviso, ela olhou para mim e perguntou: — Você está feliz, Kimmer? 
Não consegui resistir ao desejo de beijá‑la antes de responder. — Não consigo imaginar como poderia estar mais feliz. 
E a beijei mais uma vez.

{Trecho do Livro: Para Sempre – Kim e Krickitt Carpenter – Editora NovoConceito}

Sinopse: A vida que Kim e Krickitt Carpenter conheciam mudou completamente no dia 24 de novembro de 1993, dois meses após o seu casamento, quando a traseira do seu carro foi atingida por uma caminhonete que transitava em alta velocidade. Um ferimento sério na cabeça deixou Krickitt em coma por várias semanas. Quando finalmente despertou, parte da sua memória estava comprometida e ela não conseguia se lembrar de seu marido. Ela não fazia a menor ideia de quem ele era. Essencialmente, a "Krickitt" com quem Kim havia se casado morreu no acidente, e naquele momento ele precisava reconquistar a mulher que amava.

Opinião: Li o livro em uma tacada só... Tem apenas 144 páginas, de fácil leitura... A dedicação de Kim após o acidente é comovente. Os desafios enfrentados pelo casal pra tentar recuperar o que se perdeu é bem tocante... Apesar de não ser meu estilo de leitura favorito, não deixa de ser um bom livro.

Título: Para Sempre – A História que inspirou o filme
Autor: Kim e Krickitt Carpenter
Idioma: Português
Editora: Novo Conceito
Acabamento: Brochura
Páginas: 144
Edição: 1
Ano: 2012
ISBN: 9788581630083

Início: 29/09/2012
Término: 29/09/2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Travessia de Caleb...



“Caleb foi um herói, não há dúvida disso. Aventurou-se de um mundo a outro com coragem de um explorador, armado com a esperança de quem poderia servir ao seu povo. Pôs-se lado a lado com as pessoas mais instruídas de seu tempo, pronto para tomar seu lugar entre os homens notáveis. Ganhou respeito daqueles que mais haviam se apressado em desprezá-lo.

Tudo isso é verdadeiro e certo. O que não sei é isto: qual foi o lugar onde ele se sentiu em casa, no final. Qualquer que tenha sido – o reino celestial inglês com seus serafins e querubins ou as terras quentes e férteis de Kiehtan, no sudoeste -, acredito que sua canção tenha sido poderosa o bastante para que Joel o ouvisse e o seguisse.”

{Trecho do Livro: A Travessia de Caleb – Geraldine Brooks – Editora Ediouro}

Sinopse:
Em 1665, um jovem da ilha de Martha's Vineyard se torna o primeiro índio norte-americano formado na Universidade de Harvard. Dos poucos fatos que perduram de sua extraordinária vida, Geraldine Brooks cria uma brilhante narrativa de paixão e fé, magia e aventura. Bethia Mayfield cresceu na pequena comunidade de Great Harbor entre um grupo de ingleses puritanos. Munida de um espírito inquieto e uma mente curiosa, Bethia escapa dos limites de sua rígida sociedade para explorar as praias da ilha e observar seus habitantes nativos. Aos doze anos, ela conhece Caleb, o jovem filho do líder de uma tribo, e os dois desenvolvem um laço secreto. O pai de Bethia é pastor de Great Harbor e acredita ser o escolhido para converter os índios wampanoags ao calvinismo. Ele desperta a ira dos curandeiros e deve testar sua fé contra a magia deles em uma perigosa batalha que pode custar sua vida e até sua alma. Caleb se torna um prêmio nessa disputa entre antigos e novos costumes, no fim assegurando um lugar em Harvard ao lado dos filhos da elite colonizadora. Bethia vai para Cambridge, ficando sob a autoridade de seu arrogante irmão mais velho. Enquanto batalha por sua voz na sociedade que exige seu silêncio, ela se envolve na luta de Caleb para circular nas fronteiras.

Opinião: Posso dizer que o livro foi me conquistando a medida que ia devorando suas páginas... O grande desafio de Caleb de conseguir se equilibrar entre a tradição de seu povo e a busca pelo conhecimento é descrito pela autora com maestria... Mas sem dúvida a narradora dessa história merece lugar de destaque... Como não se encantar por Bethia Mayfield e sua sede de conhecimento, quando isso era negado as mulheres de seu tempo? A história do primeiro índio a cursar uma Universidade contada pelas lembranças de Bethia tornam o livro uma travessia deliciosa de se percorrer!

Título: A Travessia de Caleb
Autor: Geraldine Brooks
Editora: Ediouro
ISBN: 9788520929575
Páginas: 416
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Ano: 2012
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
Idioma: Português

Início: 22/08/2012
Término: 28/09/2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A Travessia de Caleb...


"Samuel abriu a porta - pesada, de carvalho -, revelando a biblioteca. Era a sala mais linda que eu já vira. Havia uma fileira de atris, cuja a madeira polida brilhava sob a luz forte que entrava no cômodo. Sobre cada atril havia uma pilha de volumes. Havia outro atris na parede dos fundos, também repletos de livros. Eu nunca vira tantos livros juntos."

{Página: 254}

Bethia Mayfield, personagem de Geraldine Brooks
in A Travessia de Caleb

sábado, 22 de setembro de 2012

A Travessia de Caleb...


Lendo: 



“Eu fiquei acordada, fitando a escuridão, correndo a mão pela borda áspera da viga que cortava o teto inclinado logo acima da minha cabeça. Daqui a cinco dias, estaremos vivendo sob o mesmo teto.
Caleb vem morar nesta casa.”
{Página: 16}

Bethia, personagem de Geraldine Brooks
in: A Travessia de Caleb

P.S. Eu Te Amo!




“Ele tinha 30 anos. Nem de longe era um dos homens mais saudáveis do mundo, mas era saudável o suficiente para... bem, para levar uma vida normal. Quando já estava muito mal, dizia, com um bom humor corajoso, que não devia ter levado uma vida tão certinha. Deveria ter usado drogas, bebido mais, viajado mais, saltado de paraquedas depilando as pernas... a lista era enorme. Apesar das risadas, Holly conseguia ver o arrependimento em seus olhos. Arrependimento pelas coisas que nunca reservara tempo para fazer, lugares que nunca conhecera, e o pesar pela perda de experiências futuras. Ele se arrependia da vida que tivera com ela? Holly nunca duvidou de que ele a amava, mas receava que ele acreditasse ter desperdiçado tempo precioso.

Ficar velho tornou-se algo que ele queria alcançar desesperadamente, em vez de uma inevitabilidade temida. Os dois tinham sido muito presunçosos por não terem considerado envelhecer como uma conquista e um desafio. A idade era algo que os dois queriam evitar a qualquer custo.

Holly caminhou de cômodo a cômodo chorando lágrimas pesadas e salgadas. Seus olhos estavam vermelhos e inchados e aquela noite parecia não ter fim. Nenhum lugar da casa oferecia consolo. Apenas silêncio indesejado e a mobília. Desejou que o sofá abrisse seus braços para recebê-la, mas ele também a ignorou.

Gerry não ficaria feliz com aquela situação, pensou ela. Respirou fundo, secou os olhos e tentou colocar a cabeça no lugar. Não, Gerry não ficaria nem um pouco satisfeito.
Assim como fizera todas as outras noites das últimas semanas, Holly caiu em um sono agitado nas primeiras horas da manhã. A cada dia, ela acordava e se via espalhada sem nenhum conforto em cima de um móvel diferente: naquele dia, estava no sofá. Mais uma vez, foi o telefonema de um amigo ou familiar preocupado que a despertou. Eles provavelmente acreditavam que ela só sabia dormir. Por que ninguém telefonava enquanto ela vagava perdida pela casa, como um zumbi, percorrendo os cômodos à procura de... de quê? O que ela esperava encontrar?”

{Trecho do Livro: P.S. Eu te Amo – Cecelia Ahern – Editora NovoConceito}

Sinopse: Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. 
Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.

Opinião: Se você for ler achando que vai ser igual ao filme terá uma surpresa (e muito agradável), o livro é bemmm diferente... O livro é uma delícia, mostra situações bem reais e como é doloroso perder alguém tão amado, mas também mostra que precisamos seguir em frente e que não precisamos apagar tudo o que vivemos ... Chorei em muitas páginas e sorri em outras.  Vale muito a pena!

Título: P.S. Eu Te Amo
Subtítulo: Existem Amores que Duram Mais que uma Vida
Autor:  Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581630625
Páginas: 368
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Ano: 2012
Assunto: Literatura-Estrangeira Romance
Idioma: Português

Início: 18/09/2012
Término: 21/09/2012


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

P.S. Eu Te Amo!

Lendo:



"O plano dos dois era muito simples. Permanecer juntos pelo resto de suas vidas. Um plano que qualquer um em seu círculo de amigos concordaria que era realizável. Todos os consideravam excelentes amigos, amantes e almas gêmeas destinadas a ficarem juntas. Mas por acaso, um dia o destino havia mesquinhamente mudado de idéia. "

{Página: 07}

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aumentando a Estante...

Chegaram!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 
 

Sinopse - PS. Eu Te Amo - Cecelia Ahern

Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.
 

Sinopse - Para Sempre - A história que inspirou o filme

A vida que Kim e Krickitt Carpenter conheciam mudou completamente no dia 24 de novembro de 1993, dois meses após o seu casamento, quando a traseira do seu carro foi atingida por uma caminhonete que transitava em alta velocidade. Um ferimento sério na cabeça deixou Krickitt em coma por várias semanas. Quando finalmente despertou, parte da sua memória estava comprometida e ela não conseguia se lembrar de seu marido. Ela não fazia a menor ideia de quem ele era. Essencialmente, a "Krickitt" com quem Kim havia se casado morreu no acidente, e naquele momento ele precisava reconquistar a mulher que amava.
 

Sinopse - Julieta Imortal - Stacey Jay

Julieta Capuleto não tirou a própria vida. Ela foi assassinada pela pessoa em quem mais confiava, seu marido, Romeu Montecchio, que fez o sacrifício para assegurar sua imortalidade. Mas Romeu não imaginou que Julieta também teria vida eterna e se tornaria uma agente dos Embaixadores da Luz. Por setecentos anos, Julieta lutou para preservar o amor e as vidas de inocentes, enquanto Romeu tinha por fim destruir o coração humano. Mas agora que Julieta encontrou seu amor proibido, Romeu fará de tudo que estiver ao seu alcance para destruir a felicidade dela.
 

Sinopse - A Casa Que Amei - Tatiana de Rosnay

 
Paris, 1860. Centenas de casas estão sendo demolidas e bairros inteiros reduzidos a pó. Por ordem do imperador Napoleão III, o Barão de Haussmann dá início a uma série de renovações que alteram para sempre a cara da antiga capital. As reformas apagam a história de gerações, mas, em meio ao tumulto, uma mulher resiste. Rose Bazelet é uma viúva parisiense há anos de luto pela morte do marido. Mesmo assim, mantém uma vida movimentada com amigos e uma rotina que a satisfaz. Quando sua casa é posta na linha de destruição pela modernização parisiense, ela se desespera e não se conforma. Ela está determinada a lutar até as últimas consequências contra a derrubada de sua casa, que guarda tantas lembranças de sua família. Enquanto outros moradores fogem, Rose se recusa a sair e inventa histórias para despistar os amigos, se escondendo no porão da casa. Sua única companhia é Gilbert, um maltrapilho que a visita e lhe traz comida. Numa tentativa de superar a solidão do dia a dia, ela começa a escrever cartas a Armand, seu marido já falecido. À medida que mergulha nas lembranças, em meio às ruínas, Rose é obrigada a enfrentar um segredo que esconde há trinta anos. Conforme o dia da demolição se aproxima, seus relatos ficam mais comoventes e surpreendentes. Enquanto enfrenta o passado, ela também tem que lidar com os sentimentos conflitantes que nutre pelos filhos. Com Violette, sua filha mais velha, tem um relacionamento distante. Baptiste, por outro lado, é um filho que ama intensamente, mas que lhe deixou feridas difíceis de serem superadas. Tatiana de Rosnay pinta em A Casa Que Amei um vívido quadro da Paris de 1860, dando movimento às ruas, às casas e aos moradores. E, através de cada carta escrita por Rose, constrói uma protagonista incrivelmente forte que se recusa a abrir mão do último elo que a une à sua família. É a história da força inabalável de uma mulher e uma ode a Paris, onde as casas abrigam não apenas os sentimentos de seus moradores, mas também segredos guardados a sete chaves.
 

Sinopse - A Travessia de Caleb - Geraldine Brooks

Em 1665, um jovem da ilha de Martha's Vineyard se torna o primeiro índio norte-americano formado na Universidade de Harvard. Dos poucos fatos que perduram de sua extraordinária vida, Geraldine Brooks cria uma brilhante narrativa de paixão e fé, magia e aventura. Bethia Mayfield cresceu na pequena comunidade de Great Harbor entre um grupo de ingleses puritanos. Munida de um espírito inquieto e uma mente curiosa, Bethia escapa dos limites de sua rígida sociedade para explorar as praias da ilha e observar seus habitantes nativos. Aos doze anos, ela conhece Caleb, o jovem filho do líder de uma tribo, e os dois desenvolvem um laço secreto. O pai de Bethia é pastor de Great Harbor e acredita ser o escolhido para converter os índios wampanoags ao calvinismo. Ele desperta a ira dos curandeiros e deve testar sua fé contra a magia deles em uma perigosa batalha que pode custar sua vida e até sua alma. Caleb se torna um prêmio nessa disputa entre antigos e novos costumes, no fim assegurando um lugar em Harvard ao lado dos filhos da elite colonizadora. Bethia vai para Cambridge, ficando sob a autoridade de seu arrogante irmão mais velho. Enquanto batalha por sua voz na sociedade que exige seu silêncio, ela se envolve na luta de Caleb para circular nas fronteiras.
:)


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A Rainha Branca...




“No dia seguinte, ao meiodia, estou em meus aposentos privativos quando a criada chega apressada para dizer que o rei está descendo a estrada na direção da nossa propriedade. Não vou correndo à janela para vêlo, não corro para o espelho de moldura de prata no quarto de minha mãe. Deixo minha costura de lado e desço a grande escada de madeira, de modo que, quando a porta se abre e ele entra no hall, estou serena, como se tivesse sido afastada de minhas tarefas domésticas para receber um hóspede de surpresa.
Vou até ele com um sorriso e ele me saúda com um beijo cortês na bochecha. Sinto o calor de sua pele e vejo, por meus olhos entreabertos, a maciez do cabelo que ondula em sua nuca. Seu cabelo tem o cheiro sutil de especiarias, e a pele de seu pescoço está limpa. Quando me olha, percebo o desejo em seu rosto. Ele solta minha mão bem devagar, eu recuo com relutância. Faço uma mesura, enquanto meu pai e meus dois irmãos mais velhos, Anthony e John, avançam para também fazerem uma reverência.
A conversa durante o jantar é formal como deve ser. Minha família é respeitosa com esse novo rei da Inglaterra, mas não negamos que apostamos nossas vidas e toda a nossa fortuna na batalha contra ele. Meu marido não foi o único de nossa família e nossos amigos que não voltou para casa. Mas é isso o que acontece em um conflito que chamam de “Guerra dos Primos”, no qual irmão luta contra irmão, e seus filhos os seguem até a morte. Meu pai foi perdoado, meus irmãos também, e agora o vencedor divide o pão com eles, como se quisesse esquecer que triunfou sobre eles em Calais, que meu pai se acovardou e fugiu de seu exército na neve manchada de sangue de Towton.
O rei Eduardo está à vontade. Ele é encantador com minha mãe e divertido com meus irmãos Anthony e John, e com Richard, Edward e Lionel quando estes se juntam a nós mais tarde. Três de minhas irmãs mais novas estão em casa e jantam em silêncio, os olhos arregalados de admiração, mas amedrontadas demais para dizer uma palavra sequer. A esposa de Anthony, Elizabeth, elegante e silenciosa, está sentada do lado de minha mãe. O rei é respeitador com meu pai e lhe pergunta sobre a caça e a terra, sobre o preço do trigo e a regularidade da mão de obra. Quando as frutas em conserva e os frios são servidos, ele está conversando como um amigo da família, e posso observálo de minha cadeira.”

{Trecho do Livro: A Rainha Branca – Philippa Gregory}

Sinopse: Em A RAINHA BRANCA, Philippa revisita a Guerra das Rosas, que opôs a Casa de York, simbolizada pela rosa branca, à Casa de Lancaster, da rosa vermelha. Um conflito que colocou irmão contra irmão, num jogo de assassinatos, traições e vilezas.

Aqui, ela conta a história de Elizabeth Woodville. Filha de uma família nobre do campo, ela se vê desamparada quando o marido é morto no campo de batalha. Com dois filhos pequenos, ela decide recorrer ao jovem rei para reaver suas propriedades, usurpadas pela família do marido. Porém, após despertar a atenção do monarca, os dois apaixonam-se e casam-se em segredo, e Elizabeth ascende à realeza. E perigo, morte e perfídia passam a ser constantes em sua vida.

A trama ganha dramaticidade junto com os esforços da Rainha da Casa de York para proteger seus filhos mais novos, herdeiros do trono inglês. Mas após seu marido ser assassinado, nada evita que eles sejam sequestrados pelo tio, Ricardo III, e acabem trancados na Torre de Londres. E se transformem em um dos mistérios mais intrigantes da história: o sumiço dos príncipes permanece um acontecimento que confunde os pesquisadores há séculos.

Opinião: Sensacional!!! (Sou suspeita para comentar sobre a autora, e o assunto então, nem se fala!!) Eu fiquei encantada pela Rainha Elizabeth Woodville, sua perspicácia e sua coragem...A autora acertou em cheio quando decidiu escrever sobre ela... A parte do livro em que ela assume seu lado "feiticeira" deu um toque especial ao enredo... 

P.S.: Minha humilde opinião é de que os príncipes foram mortos por Henrique VII, assim ele jogaria o povo contra Ricardo III e teria o apoio de Elizabeth... :)


Título: A Rainha Branca
Autor: Philippa Gregory
Editora: Record
ISBN
: 9788501089724

Páginas: 434

Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Ano: 2012
Assunto: Literatuta Estrangeira
Idioma: Português


Início: 07/09/2012
Término: 12/09/2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Prisioneiro do Céu...



Barcelona, dezembro de 1957

Naquele ano, o Natal deu para amanhecer todo dia vestido de chumbo e geada. Uma penumbra azulada tingia a cidade, e as pessoas passavam cobertas da cabeça aos pés, com o hálito desenhando jatos de vapor no ar frio. Eram poucos os que paravam para admirar as vitrines de Sempere e Filhos e menos ainda os que se aventuravam a entrar e perguntar por aquele livro perdido, que esteve esperando por eles a vida inteira e cuja venda, poesia à parte, poderia contribuir para remediar as precárias finanças da livraria.
— Estou sentindo que hoje é o dia. Hoje a nossa sorte vai mudar — proclamei na animação do primeiro café do dia, puro otimismo em estado líquido. Meu pai, que desde as oito da manhã estava lutando com os livros de contabilidade, fazendo malabarismo com lápis e borracha, levantou os olhos do balcão e observou o desfile de clientes ariscos desaparecendo rua abaixo. 
— Deus te ouça, Daniel, porque nesse passo, se perdermos as vendas de Natal, não vamos ter como 
pagar
 nem a conta de luz de janeiro. 
— Fermín teve uma ideia ontem — sugeri. — Segundo ele, trata-se de um plano genial para salvar a livraria da falência iminente.
— Que o céu nos proteja. Citei textualmente:
— Quem sabe se eu fosse decorar a vitrine só de cueca, alguma mulher ávida de literatura e de emoções fortes não entrava para comprar? Dizem os entendidos que o futuro da literatura está nas mãos das mulheres e Deus é testemunha de que está para nascer uma dona capaz de resistir ao charme rústico desse meu corpinho 
sarado — repeti. Ouvi quando o lápis de meu pai caiu no chão e me virei.
— Palavras de don Fermín — acrescentei. Pensei que meu pai ia rir da ideia de Fermín, mas ao ver que ele não saía 
de seu silêncio, comecei a observá-lo com o rabo do olho. Sempere pai não parecia estar achando graça nenhuma naquele disparate e ainda exibia uma expressão pensativa, como se considerasse a possibilidade de levar a sugestão a 
sério.
— Mas olhe só, não é que Fermín acertou na mosca! — disse baixinho. Olhei para ele incrédulo. Talvez a seca comercial que nos assolava nas últimas semanas tivesse afetado o juízo de meu pai.
— Não vai me dizer que vai deixar Fermín passear de cueca pela livraria.
— Não, claro que não. É a vitrine. O que você disse me deu uma ideia. Talvez ainda dê tempo de salvar o Natal.
Vi quando desapareceu no fundo da loja e retornou vestido com seu uniforme oficial de inverno: casaco, echarpe e chapéu, os mesmos que eu conhecia desde pequeno. Minha mulher, Bea, não cansava de manifestar suas suspeitas de que meu pai não comprava roupa desde 1942 e todos os indícios diziam que tinha razão. Enquanto enfiava as luvas, meu pai sorria vagamente e seus olhos exibiam aquele brilho quase infantil que só os grandes projetos conseguiam provocar.
— É só um instantinho — anunciou. — Vou sair para tomar umas providências.
— Posso perguntar aonde vai? Meu pai piscou o olho.
— É surpresa. Você vai ver.
Fui atrás dele até a porta e vi quando partiu em direção à Puerta del Ángel num passo firme, uma silhueta a mais na maré cinzenta de passantes navegando por mais um longo inverno de sombra e cinzas.

{Trecho Extraído do Livro: O Prisioneiro do Céu – Carlos Ruiz Zafón}

Sinopse: Barcelona, 1957. Daniel Sempere e seu amigo Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, estão de volta à aventura para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Já se passa um ano do casamento de Daniel e Bea. Eles agora têm um filho, Julián, e vivem com o pai de Daniel em um apartamento em cima da livraria Sempere e Filhos. Fermín ainda trabalha com eles e está ocupado com os preparativos para seu casamento com Bernarda no ano-novo. No entanto, algo parece incomodá-lo profundamente.

Quando tudo começava a dar certo para eles, um personagem inquietante visita a livraria de Sempere em uma manhã em que Daniel está sozinho na loja. O homem misterioso entra e mostra interesse por um dos itens mais valiosos dos Sempere, uma edição ilustrada de O conde de Montecristo que é mantida trancada sob uma cúpula de vidro. O livro é caríssimo, e o homem parece não ter grande interesse por literatura; mesmo assim, demonstra querer comprá- lo a qualquer custo.
O mistério se torna ainda maior depois que o homem sai da loja, deixando no livro a seguinte dedicatória: "Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro". Esta visita é apenas o ponto de partida de uma história de aprisionamento, traição e do retorno de um adversário mortal. Daniel e Fermín terão que compreender o que ocorre diante da ameaça da revelação de um terrível segredo que permanecia enterrado há duas décadas no fundo da memória da cidade.
Ao descobrir a verdade, Daniel compreenderá que o destino o arrasta na direção de um confronto inevitável com a maior das sombras: aquela que cresce dentro dele. Transbordando de intriga e emoção, "O Prisioneiro do Céu" é um romance em que as narrativas de A sombra do vento e O jogo do anjo convergem e levam o leitor à resolução do enigma que se esconde no coração do Cemitério dos Livros Esquecidos. A Sombra do Vento superou a marca dos 13 milhões de exemplares vendidos.

Opinião: Zafón e seus livros em que a gente não consegue parar de ler... O livro cumpre muitissimo bem o seu papel, que é preparar os leitores para o último livro (sniff..) da saga de Fermím e Daniel... Impossivel não se apaixonar e se comever pela histório do fiel escudeiro dos Sempere... Alguns mistérios são esclarecidos nesse livro maravilhoso... Vale muitissimo a pena!

Título: O Prisioneiro do Céu
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9788581050737
Páginas: 248
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Ano: 2012
Assunto: Literatuta Estrangeira
Idioma: Português

Início: 03/09/2012
Término: 06/09/2012


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O Prisioneiro do Céu...

Lendo:


"Sempre soube que um dia voltaria a estas ruas para contar a história do homem que perdeu a alma e o nome entre as sombras de uma Barcelona submersa no sono medroso de um tempo de cinzas e silêncio. São páginas escritas com fogo sob a proteção da cidade dos malditos, palavras gravadas na memória daquele que retornou de entre os mortos com uma promessa cravada no coração e pagando o preço de uma maldição. A cortina se abre, o público silencia e, antes de a sombra que espreita seu destino descer sobre o palco, um elenco de espíritos brancos entra em cena com o texto de uma comédia nos lábios e aquela bendita inocência de quem, pensando que o terceiro ato é o último, começa a narrar um conto de natal sem saber que, ao virar a última página, a tinta de sua alma o arrastará, lenta e inexoravelmente, ao coração das trevas."

 

Julián Carax, O prisioneiro do céu.
(Editions de la Lumière, 1992)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Circo da Noite...



“Que espécie de circo é esse que só abre à noite?”, todos se  perguntam. Ninguém tem uma resposta adequada, mas, com a aproximação do crepúsculo, uma substancial multidão de espectadores reúne-se do lado de fora dos portões. Você está entre eles, claro. Foi atraído pela curiosidade,  como era de se esperar. Parado sob a luz cada vez mais difusa, o cachecol ao redor do pescoço o protege da brisa fria da noite, e ele aguarda para ver com os próprios olhos que espécie de circo abre apenas quando o sol se põe.
A bilheteria, bem visível atrás dos portões, está fechada e  trancada. As tendas estão imóveis, a não ser quando ondulam levemente com o vento. A única movimentação dentro do circo é  a do relógio que tiquetaqueia com o passar dos minutos, se é que aquela admirável escultura pode ser chamada de relógio. O circo parece deserto e abandonado. Mas você acredita sentir um aroma caramelado flutuando na brisa noturna, sob o perfume fresco das folhas de outono. Uma doçura sutil nas fronteiras do frio.
O sol desaparece por completo além do horizonte, e a luminosidade muda do lusco-fusco para o crepúsculo. As pessoas ao seu redor estão ficando inquietas com a espera, um mar de pés se arrastando, murmúrios sobre desistir dessa ideia e sair em busca de algum lugar mais quente para passar a noite. Você mesmo já está pensando em ir embora quando afinal acontece.
Primeiro ouve-se um espocar. Quase imperceptível em meio ao vento e à conversa. Um chiado suave, como água na chaleira prestes a ferver para o chá. Depois vem a iluminação.
Pequenas luzes começam a tremeluzir em todas as tendas, como se o circo todo estivesse coberto por vaga-lumes muito brilhantes. A multidão à espera se cala para observar a dança das luzes. Alguém perto de você tem um sobressalto. Uma criancinha bate palmas de alegria diante daquela visão.
Quando todas as tendas estão iluminadas, cintilando sob o céu noturno, o letreiro aparece. Estendidas no alto dos portões, escondidas nas curvas do ferro forjado, mais luzes brilhantes como vaga-lumes surgem.
Estalando ao se iluminarem, algumas seguidas por chuvas de faíscas brancas brilhantes e um pouco de fumaça. As pessoas mais próximas ao portão recuam.
De início, é apenas um padrão aleatório de luzes. Mas, à medida que outras se acendem, fica claro que estão alinhadas para formar letras. Primeiro distingue-se um C, seguido por outras letras. Um q, inesperado, e diversos es. Quando a última lâmpada estala e se acende, a fumaça e as faíscas se dissipam, tornando legível afinal o elaborado letreiro incandescente. Ao inclinar o corpo para a esquerda para enxergar melhor, você lê o que está escrito:
Le Cirque des Rêves


Algumas pessoas na multidão aquiescem sorrindo, outras franzem a testa e olham para os vizinhos com ar interrogativo. Uma criança perto de você puxa a manga da mãe, implorando para saber o que aquilo quer dizer.
O Circo dos Sonhos” é a resposta. A garotinha sorri, encantada.
Os portões de ferro estremecem e se destrancam, como que por vontade própria.
Abrem-se para fora, convidando a multidão a adentrar.

Agora o circo está aberto.
Agora você pode entrar."


{Trecho Extraído do Livro: O Circo da Noite – Erin Morgenstern}

Sinopse: Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar. Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá. À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam. Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.

Opinião: INSTIGANTE!!! O livro ja começa maravilhosamente bem pelo sua parte gráfica... as páginas entre um capítulo e outro são belíssimos...Ficamos com aquela vontade de olhar na esquina e ver as lonas pretas do Circo da Noite armadas... A história é maravilhosa onde o personagem principal é: O CIRCO!!! O romance de Célia e Marco é muito bem delineado, não ficando com jeito de romance água com açúcar... E o que dizer dos gêmeos?? São lindos e encantadores... Eu particularmente adoraria poder abrir as garrafinhas de Widget e sentir o cheirinho da minha infância novamente...
Título: O Circo Da Noite
Autor:  Erin Morgenstern
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580571608
Páginas: 368
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Ano: 2011
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
Idioma: Português

Início: 27/08/2012
Término: 02/09/2012

sábado, 1 de setembro de 2012

Cheiro de Livro Novo...



O CHEIRO DOS LIVROS

Sabia que?

Liginina, uma substância que confere às árvores a sua rigidez e resistência, é constituída por moléculas que estão intimamente relacionadas com a baunilha.

Quando as árvores são transformadas em papel e este é armazenado durante anos, esta substância exala o seu agradável odor.

Foi assim que a divina providência criou o cheiro de baunilha nos livros antigos, sublimemente aumentando uma fome por conhecimento em todos nós.

Fonte: Skoob

O Circo da Noite...



"Os segredos tem poder. E esse poder diminui quando são compartilhados, por isso é melhor que sejam guardados, e bem guardados. Dividir segredos, verdadeiros segredos,os importantes, até mesmo com uma só pessoa, fará com que mudem. Anotar é pior ainda, pois ninguém poderá dizer quantos olhos poderão ler aquilo, não importam o quanto sejamos cuidadosos. Por isso é melhor guardar os segredos, quando os tiver, para o bem deles e o seu também." (Página: 166)

~ Widget, personagem de Erin Morgenstern
in "O Circo da Noite". ~